“Acredito na influência da verdade”, diz Flávio Santos

No quadro Persona Business, o empresário, comunicador e CEO da agência MField fala sobre as tendências do mercado de influência e sua trajetória

Flávio Santos
Flávio Santos (Iude Richele)

Flávio Santos é empresário, comunicador e CEO da MField desde 2017, agência de marketing de influência, da qual também é cofundador. Formado em publicidade e propaganda e pós-graduado em marketing digital, é especialista em estabelecer o match perfeito entre marcas e criadores de conteúdo. Em maio deste ano, lançou seu primeiro livro, Economia da Influência, best-seller no Brasil.

 

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Versatille: Quando percebeu que gostaria de seguir uma carreira na área de comunicação? 

Flávio Santos: Sou filho de professora, e não há incentivo melhor para a comunicação do que esse. Acredito que a carreira escolhe você e não o contrário. Vim de uma família contadora de histórias e trouxe isso na minha bagagem. Tenho uma memória clara de publicidades que me marcaram, incluindo um cross da Nestlé entre Faustão e Gugu que foi um decisor na escolha de seguir na comunicação.

 

V: Por que decidiram criar a agência?

Flávio Santos: Como um bom diretor de relacionamento, nossa história na MField começou a partir de uma boa ideia e um feliz encontro. Em 2017, estive com meus atuais sócios (Gabriel, Gustavo e Victor) em um evento do mercado publicitário. Pós-evento, abordei o Gustavo Almeida, nosso diretor de produtos e relacionamento e sócio, via direct do Instagram, com interesse em saber mais sobre seus projetos. Nós nos reunimos uma semana depois e eles compartilharam comigo a idealização de um projeto. Entendemos que juntos somávamos ativos que eram o pontapé inicial para abertura da empresa: networking, gestão e o início comercial. Trinta dias depois abrimos o CNPJ e montamos uma operação tímida, com a expectativa de reavaliação depois de 90 dias. Cinco anos depois e com muito trabalho, dedicação, erros e acertos, estamos com 65 colaboradores, atuando em uma sede de 1.200 metros quadrados e com cases nacionais e internacionais no mercado de conteúdo e influência.

 

V: Qual é o propósito da MField?

Flávio Santos: Somos uma contech: nossa missão é criar histórias incríveis para nossos clientes, usando a inteligência de conteúdo e dados para encontrar a melhor narrativa e o melhor personagem (influenciador, formador de opinião, celebridade, atleta) que possa contar essa história. Chegamos com o propósito de reinventar e oxigenar o mercado da influência, que hoje é muito dependente da escolha dos influenciadores. Nosso time é especializado em pensar projetos a partir do conteúdo e, para isso usamos a tecnologia a nosso favor, mas, sempre humanizando a influência, que é um dos nossos maiores ativos.

 

V: Como é alcançado o sucesso dos influenciadores digitais que se destacam em meio à concorrência e conseguem, de fato, construir uma importância sólida? 

FS: O sucesso nas redes sociais é muito relativo. Não podemos pautá-lo pelas métricas de vaidade. Tenho inúmeros creators referenciais que não possuem a maior audiência da rede, porém produzem conteúdos relevantes, mobilizam comunidades, têm uma base de seguidores fidelizada e qualificada, e, para mim, são influenciadores de sucesso. Cito aqui como exemplo a Thai de Mello (@thaidemelobufrem), que preenche todos os requisitos acima e de quem sou fã. Sucesso na influência é produzir conteúdo de verdade, se importar menos com o algoritmo, se divertir, entreter, informar e não copiar outras fórmulas.

 

V: Em maio deste ano você lançou seu primeiro livro, Economia da Influência, que já se tornou um best-seller. Por que acredita que o público brasileiro foi tão impactado com sua obra?

FS: Eu fiz uma larga pesquisa antes de apresentar o projeto do meu livro, Economia da Influência, à Editora Gente no início de 2021. Como empresário desse mercado, também sou consumidor de obras e estava carente de boas fontes que pudessem nos provocar a estudar mais sobre o poder dessa economia. Acredito que o sucesso do livro, que o fez virar best-seller com 12 dias de vendas, foi exatamente o ineditismo de um conteúdo que todos consomem. Além disso, a minha premissa no Economia da Influência era que o projeto tivesse uma leitura leve, que não fosse uma bibliografia somente de estudo. Tenho ouvido muitos relatos de leitores dizendo que parecem que estão conversando comigo ao ler o livro. Objetivo alcançado!

 

V: Como você vê o mercado de influência atualmente e nos próximos anos?

FS: Até o fim de 2023, teremos novos 5 milhões de criadores de conteúdo no Brasil. E tem espaço para todo mundo. Li que o YouTube produz 500 horas de conteúdo por minuto no mundo, ou seja, a Internet segue nessa avalanche de produção e a atenção do consumidor passa a ser o ativo mais disputado das marcas. Acredito na influência da verdade: estamos com olhos atentos para os microinfluenciadores e para a tecnologia, acompanhando ainda as tendências de live commerce, media for equit e metaverso, que são realidades que estão batendo na nossa porta. 

 

Por Laís Campos | Matéria publicada na edição 127 da Versatille

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