Jornalista, comediante e palestrante, Rafael Cortez fala sobre carreira multifacetada

Em entrevista à Versatille, o ex-CQC discorre sobre suas conquistas, novos projetos e a importância da atitude em sua vida

Foto: Divulgação

Durante os 30 anos de profissão, o comunicador Rafael Cortez se tornou multifacetado. “A minha carreira virou um rio em que você tem afluentes: um é o jornalismo, outro é a comédia, tem o afluente do palestrante também. Alguns são mais recentes, como a mentoria e a literatura”, conta Cortez, em entrevista à Versatille. O ex-CQC segue o leito do rio e fala sobre suas conquistas, novos projetos e a importância da atitude em sua vida.  

 

Confira, a seguir, a entrevista.  

 

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Versatille: Você negou a vaga de produtor no CQC. Como foi pedir para ser o apresentador? 

Rafael Cortez: Isso aconteceu meio que no susto. Eu estava muito infeliz com a possibilidade de ser produtor do programa, mas minha intuição falava para eu aproveitar a oportunidade e pedir o cargo de repórter. Esse pensamento hoje é meu objeto de estudo, mas até há um tempo era mais um feeling que poderia dar muito errado ou muito certo. Algumas vezes deu errado, mas a gente não conta os fracassos. A vida me ensinou que devemos usar os cases que deram certo para engrandecer a nossa história e guardar os que deram errado, aprender com os erros. É importante traçar o caminho da ousadia. 

 

V: Esse foi o insight para criar a Atitude Transformadora? 

RC: A Atitude Transformadora nasceu porque fui desafiado por um amigo que disse: “Essa história de stand-up é legal, mas você está ficando velho. Vai ficar fazendo piada até quando?”. Eu ainda acho incrível fazer stand-up, mas concordo com ele. Dar palestras é dividir com as pessoas um know-how, uma vivência que você tem lugar de fala. Pensei na atitude porque eu sempre fui um cara proativo, que não se conformava com o não desde cedo. Entrei no CQC por causa disso. O programa era atitude pura. O projeto virou uma marca: tem palestra, livro e podcast.  

 

V: Você está trabalhando em mentoria com a Branca Barão. Como está sendo esse “afluente”? 

RC: A Prospere Falando é uma criação da Branca, que é uma excelente palestrante, profissional e líder. Ela me chamou para participar das duas primeiras turmas como convidado, me empolguei tanto que pedi para ser um mentor ao lado dela. O que eu adoro na nossa parceria é que a Branca e eu chegamos ao mesmo lugar, cada um de uma maneira. A Branca é estabelecida, conseguiu um reconhecimento através de um caminho muito acadêmico, e eu fui por um caminho meio pé no peito. Essa nossa mistura é um pouco do caldeirão do que é um ser humano. 

 

V: Qual é a sua memória profissional favorita? 

RC: Entrar no CQC foi um processo extenuante de vida e muito mais representativo do que as pessoas imaginam. Entrei no mercado de comunicação pela porta de trás, foram quase 15 anos nos bastidores, mas eu queria ser o protagonista. Com 30 anos, tinha uma mágoa profunda da vida, estava fazendo um trabalho que as pessoas gostavam e eu ganhava dinheiro, mas odiava a carreira. Me convidaram para fazer parte do CQC, então eu pedi para ser repórter. Eles me cozinharam por dois meses. Eu fui a noiva abandonada no pé do altar. Enquanto ninguém me dizia nada, fui trabalhar em um centro cultural, tinha conseguido uma reunião com a secretária de Cultura do Estado de São Paulo, que tem a agenda disputadíssima, e esqueci de colocar o telefone no silencioso. Ele tocou no meio da reunião e eu atendi. A voz falou: “Rafa, é o Diego da Argentina. Tenho uma resposta para você. Pode falar?”. “Não, eu não posso, estou no meio de uma reunião.” Acabou a reunião e eu esperei na porta da Sala São Paulo. Uma hora depois, ele me ligou. Com aquele humor ácido que os argentinos têm, falou: “O que eu tenho a dizer é… Você vai ter que abandonar tudo o que está fazendo, você entrou no CQC”. Eu dei um berro, de lavar a alma, de quase 15 anos de espera. Aquilo me trouxe até aqui, e eu sigo aqui porque um dia alguém falou: você está dentro. Hoje eu quero ser o cara que diz sim para as pessoas.  

 

Por Marcella Fonseca | Matéria publicada na edição 135 da Versatille

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