Pavilhão Pacaembu recebe feira MADE – Mercado Arte e Design 2023
Concomitantemente com a ArPa, o evento abre a partir do dia 31 de maio para imprensa e convidados
O início do mês de junho reserva um calendário cultural empolgante para os apaixonados por arte da capital paulista. No Pavilhão Pacaembu, será possível conferir duas feiras que ocorrem simultaneamente: ArPa e MADE – Mercado Arte e Design 2023, que começam no dia 31 de maio e seguem até 4 de junho.
No caso da MADE, essa é a segunda vez que a feira acontece no Complexo Pacaembu, que traz muita curadoria, homenageia Paulo Mendes Rocha, rodas de conversas e visitas educacionais. Na décima primeira edição do evento, são os elementos da natureza que definem o tom da exposição, destacando diferentes texturas, tons característicos e composições diversas.
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Um dos trabalhos que mais exemplifica o tom da feira é o de Naná Mendes da Rocha, filha do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Naná conheceu a aldeia Kamayura em 2019 e se encantou com o belíssimo trabalho têxtil da etnia na produção das redes em buriti. “Considerando o desejo do meu pai no projeto original, que era criar uma capa da cadeira Paulistano em parceria com indígenas, tivemos a vontade de testar a possibilidade com eles. O cacique Kotok Kamayura se animou com a ideia e tramamos juntos este projeto, que durou mais de quatro anos para ser concluído e finalmente será apresentado ao público”, explica a artista em nota oficial para a imprensa.
“Quando desenhei esta cadeirinha, em 1957, minha ideia era o aço – novidade na siderúrgica nacional. É uma liga especial que pode ser dobrada a frio sem perder a têmpera para fabricação de molas aspirais com diversas bitolas e diâmetros. Se isso é a ponta da técnica industrial, a outra ponta seria uma capa de tecido com fibra natural feita pelos indígenas. Duas pontas da história, tão destroçada pelo colonialismo. Uma ideia, um desenho interessante”, resume Paulo Mendes da Rocha sobre o projeto Paulistano Xingu.
A partir dessa parceria especial, com as mãos dos artistas Itsaru Kamayura, Kaiti Kamayura, Mamalu Kamayura, Yakwakalu Kamayura e Yakmairu Kamayura, serão apresentadas cinco cadeiras com capas tecidas por pessoas distintas, sendo que cada uma carrega o processo coletivo, a cultura e a singularidade de quem as tramou.
Além desse trabalho recheado de representatividade e essência nacional, outro destaque da feira é a cenografia de Bruno Simões, que ao lado de Wladick Jatobá assina a curadoria do evento, contando com materiais fluidos como papelão e tecidos de tons terrosos que vestem o evento para demarcar a área dividida entre mais de 50 designers. “Mantivemos o formato intimista da última edição, mas limitamos o número de profissionais para deixar as pessoas mais à vontade para se aprofundarem no trabalho desenvolvido por trás de cada obra”, explica Waldick Jatobá em divulgação para a imprensa.
Entre os designers, há estreantes como Estúdio Campana, Andreas Anwander, Assimply Studio, Ateliê Chico Margarita, Plantar Ideias, Walter Cuco e Fábio Mendes. Já na lista de veteranos que já participaram de edições passadas, estão nomes como am.o atelier, André Carvalho, André Grippi, Arc Esthetic, Estúdio Bia Rezende, Studio Pedro Leal, Suka Braga, Tiie Design, Vinicius Siega, entre outros.
A MADE tem à frente os sócios Waldick Jatobá, Bruno Simões e Elcio Gozzo e apresenta, como de costume, novos nomes que prometem despontar no circuito nacional de arte e design. Durante cinco dias, designers e artistas receberão colecionadores, profissionais da área, especificadores, formadores de opinião e interessados em adquirir suas obras, disponíveis através do acesso à tecnologia de QR Code.
Por Redação