“A rainha morreu em paz no Castelo de Balmoral, na Escócia, nesta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã”, anunciou a conta oficial da Família Real durante a tarde de hoje (8). Embora a soberana já tivesse 96 anos, seu falecimento foi um choque para o mundo inteiro.

Em 2021, ela foi consagrada como a terceira mulher mais admirada do mundo segundo o instituto YouGov — atrás apenas de Michelle Obama e Angelina Jolie. Além disso, segundo pesquisas do Reino Unido, era aprovada por 76% dos britânicos. Sua popularidade era unânime em boa parte do mundo. Com 70 anos de reinado, já havia passado por inúmeros acontecimentos históricos e foi homenageada em filmes, músicas e séries, tornando-se, também, um marco da cultura pop.

LEIA MAIS:

• 6 curiosidades sobre a trajetória de Serena Williams
• Quem era Gilberto Chateaubriand, um dos maiores colecionadores de obras de arte do Brasil
• Copa no Copa: 3ª edição do torneio de tênis acontece no último fim de semana de agosto

A soberana da Grã-Bretanha sofria de “problemas de mobilidade episódicos” desde o final do ano passado, de acordo com o Palácio de Buckingham. De certa forma, sua saúde enfraqueceu após o falecimento de seu marido, príncipe Philip, em abril de 2021. Agora, seguindo a linha de sucessão para o trono, Charles assume como rei do Reino Unido.

Rainha Elizabeth foi a figura da monarquia britânica durante 70 anos. Segundo uma pesquisa do UK Office for National Statistics, divulgada em 2017 pelo jornal The Insider, a maior parte da população não tinha outra referência de realeza. Com base nas taxas de mortalidade do país, o estudo concluiu que somente 12 milhões de residentes do Reino Unido estavam vivos quando o pai de Elizabeth II ainda estava no trono, até 1952. Tal número correspondia, em 2017, a apenas 20% da população atual do Reino Unido. Sendo assim, 80% dos residentes do Reino Unido não conheceram outro reinado a não ser o de Elizabeth II.

Esse cenário gera diversas dúvidas sobre o futuro da monarquia britânica. No entanto, pelas próximas semanas, é o movimento de despedida que se intensificará pelo mundo. Como forma de homenagem à trajetória da rainha, a Versatille separou 10 curiosidades sobre a sua vida e o seu reinado.

Confira abaixo:

1. Rainha Elizabeth foi a monarca que reinou por mais tempo no Reino Unido

No ano de 1952, a rainha Elizabeth II assumiu a monarquia. Em 2022, a monarca comemorou o Jubileu de Prata, que marca as sete décadas em que esteve à frente do trono britânico. Por ser o reinado mais longínquo da história do Reino Unido, o país decretou feriado nacional no início de junho. Foram quatro dias agitados com direito a desfile militar, celebração especial de Ação de Graças na Catedral de São Paulo, em Londres, e um concerto pop no Palácio de Buckingham.

2. Entrou nas forças armadas durante a Segunda Guerra Mundial

Rainha Elizabeth foi a única mulher da família real a entrar nas forças armadas. Apesar dos riscos, ela ingressou no Serviço Territorial Auxiliar feminino durante a Segunda Guerra Mundial e treinou como motorista de caminhão e mecânica em 1945, quando tinha 18 anos.

3. Casou por amor

Por mais que seu casamento tenha passado por alguns momentos conturbados, Elizabeth II casou por amor. Sua união com o Príncipe Philip não fez parte de um casamento arranjado. Além disso, o Duque de Edimburgo – como ficou conhecido – era primo de terceiro grau da rainha. Ambos compartilhavam os mesmos tataravós: Rainha Victoria e Príncipe Albert.

4. Era apaixonada por cavalos, cachorros e pombas de corrida

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por The Royal Family (@theroyalfamily)

No final de junho de 2022, uma foto da Rainha Elizabeth andando de cavalo aos 96 anos divertiu a internet. Na legenda, os jornais diziam que ela havia contrariado os médicos para praticar um de seus hobbies preferidos. Não se sabe se realmente houve um embate com os profissionais de saúde, mas não é segredo para ninguém a paixão da monarca pelos cavalos. Seguindo tradições da família real, ela até já chegou a participar de competições de corrida.

Além dos cavalos, era apaixonada por cachorros – mais especificamente da raça Corgi. Ao longo de seu reinado, já teve mais de 30 e acabou criando uma nova raça canina, os Dorgis, resultado do cruzamento entre um Corgi e um Dachshund. Como se não bastasse, também tem um longo histórico de amor por pombas de corrida. Era dona de cerca de 200 aves e foi embaixadora da Associação Real de Corridas de Pombas.

5. Também era proprietária de todos os golfinhos e baleias que vivem nas águas do Reino Unido

Embora os animais aquáticos não tivessem espaço reservado em seu quintal, a rainha também era a dona oficial de todos os golfinhos e baleias dentro de 5 km da costa do território inglês. Segundo um estatuto de 1324 que ainda é válido, todas as criaturas marinhas são reconhecidas como “peixes reais”. Elizabeth também é dona de todos os cisnes brancos da Inglaterra, o que explica a existência do evento anual chamado “Swan Upping” – na qual cisnes do rio Tamisa são arrebatados e depois libertados.

6. A rainha tinha uma marca preferida de bolsa

A marca Launer London vendeu a primeira bolsa para a família real em 1950. Desde então, ela era a grife preferida de Elizabeth II. Rumores diziam que ela tinha mais de 200 exemplares, mas os modelos favoritos eram os de alças maiores, que davam mais espaço para seus braços se movimentarem.

7. Gostava de roupas com cores fortes

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por The Royal Family (@theroyalfamily)

Os conjuntos coloridos da rainha sempre fizeram sucesso. Combinando com chapéu e bolsa, eram produções que destacavam a soberana em qualquer espaço em que ela estivesse – e esse era exatamente o objetivo da escolha. As cores fortes permitiam que ela fosse identificada no meio da multidão ou até de longe. Assim, ninguém ficaria com a sensação de que não viu a rainha.

8. Ela não precisava ter passaporte ou carteira de motorista

Longe das burocracias mundanas, Rainha Elizabeth não precisava ter passaporte ou carteira de motorista. Aliás, ela era a única que podia dirigir sem placa em toda a Grã-Bretanha – o que fazia com constante frequência, já que adorava dirigir desde que aprendeu durante a Segunda Guerra Mundial. Já no caso do passaporte, todos os exemplares do país eram emitidos em seu nome, então não fazia sentido que ela precisasse de um. Com passe livre, a monarca fez 265 viagens a 119 países durante o seu reinado, consagrando-se como a monarca britânica que mais viajou.

VEJA TAMBÉM:

• Conheça a trajetória do artista Eli Sudbrack, nome por trás da avaf
• “O ser humano precisa de algum lugar para escapar”, diz a artista Camila Alvite
• Dell Anno lança campanha em homenagem ao arquiteto português Álvaro Siza

9. Realizou visitas marcantes no Brasil

Em 1968, durante uma visita oficial de dez dias ao Brasil, a rainha e o príncipe Philip assistiram Pelé jogar no Maracanã. Na ocasião, eles entregaram uma taça simbólica para o rei do futebol brasileiro. Já em São Paulo, a monarca participou da inauguração da sede do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), na Avenida Paulista.

10. Tinha duas datas de aniversário

A Rainha Elizabeth II nasceu em 21 de abril de 1926. No entanto, a data “oficial” era comemorada anualmente em 10 de junho.O motivo para isso era simples, mas bastante curioso: o clima. O aniversário oficial de um monarca geralmente é comemorado no verão no Hemisfério Norte – ou na primavera, como no caso de Elizabeth II – para aumentar a possibilidade de que aconteça em um clima mais ameno e ensolarado. A tradição teve início há mais de 250 anos, mais precisamente em 1748, com o rei George 2º.

Por Beatriz Calais