“Por meio da moda, conseguimos expressar a nossa cultura”, diz Daniela Filomeno
No novo quadro 3X4, a jornalista e viajante profissional fala sobre seus gostos e suas previsões para o mundo da moda
Atualmente à frente do programa CNN Viagem e Gastronomia, Daniela Filomeno já visitou mais de 60 países ao longo de sua trajetória e é conhecida por suas reportagens sobre os mais diversos lugares no Brasil e no mundo. Mais do que uma “viajante profissional”, no entanto, a jornalista sempre se encantou com a moda, que se torna ainda mais rica quando se observa a identidade cultural de cada povo na hora de se vestir.
No novo quadro 3X4 da Versatille, Daniela discorre sobre sua visão do mundo da moda. Confira, a seguir, a conversa completa.
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Versatille: Qual peça é obrigatória em seu guarda-roupa?
Daniela Filomeno: Peças confortáveis. Eu adoro chegar em casa e colocar uma roupa bonita, mas confortável. Por conta disso, tenho bastante tricô. Eu amo pantalonas de tricô e blusas gostosas. São essenciais.
V: O que há de mais especial na moda brasileira?
DF: A criatividade. Essa desenvoltura de criar com produtos regionais e tradicionais do Brasil. Isso me deixa muito admirada. A criatividade é nosso principal fator. Essa é uma característica intrínseca da moda brasileira.
V: Para você, a moda é…?
DF: Para mim, moda é identidade. Moda é DNA. Nossa forma de expressão. Por meio da moda, conseguimos contar um pouco da nossa personalidade, expressar a nossa cultura e como gostamos de viver. Moda é isso.
V: Quais tendências atuais você vem seguindo e de quais não consegue gostar?
DF: Com a moda plural que temos hoje, é muito difícil falar que não gostamos de algo ou que nunca vamos usar. De uma hora para outra podemos nos ver dentro de um contexto que antes não fazia sentido. Tendências vêm e vão o tempo todo. No passado, a gente falava que nunca mais teríamos botas brancas, mas hoje eu tenho um coturno branco e gosto de usar. Para mim, a única tendência que não serve é aquela que não me favorece. Aquela que não me deixa confortável. Moda é uma forma de empoderamento para nos sentirmos bonitas; então, se faz sentido para você, está tudo bem. Mais do que seguir uma tendência, precisamos saber qual é o nosso estilo.
Em vez de falar do que eu não gosto, vou falar de algo que sempre usei e que agora virou moda: o coturno. Eu sempre gostei de usar coturnos e tênis com roupas mais arrumadas, e hoje isso é algo que está na moda.
V: Por quais transformações você acredita que a moda vai passar nos próximos anos?
DF: Vejo a moda em uma transformação de identidade cada vez mais sustentável. Vamos passar pelo caminho da procedência, com os consumidores querendo saber de onde vem o tecido e quem são os produtores. Vamos precisar de mais responsabilidade na cadeia de produção. A grande transformação que eu quero ver na moda faz parte de um caminho de sustentabilidade e responsabilidade social.
*Daniela veste peças do estilista Rafael Chaouiche