Sexta edição do projeto artístico Caixa de Pandora destaca mulheres ativistas e reflexões pós-pandêmicas
A artista convidada para a exposição “Esperança Equilibrista” é a carioca Marcela Cantuária
No final de outubro foi lançada a sexta edição do projeto “Caixa de Pandora”, concebido pela consultoria de arte KURA by Camila Yunes. Ele consiste na atuação de artistas contemporâneos brasileiros para fazerem um diálogo com a coleção Ivani e Jorge Yunes, que apresenta obras e objetos de arte provenientes desde o século 4 a.C. até o final de 1970. Na exposição deste ano, intitulada de “Esperança Equilibrista”, que acontece até o dia 10 de dezembro, a artista convidada foi a carioca Marcela Cantuária e o curador Ademar Britto Junior.
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O nome do projeto vem do mito grego sobre a primeira mulher criada por Zeus que abre a caixa onde havia todos os males do mundo, deixando-os escapar. No entanto, o que sobra no objeto é a esperança. Segundo Camila Yunes, em uma obra de arte, assim como em um item feito com apuro, há um caráter esperançoso que demonstra o desejo de expandir as diferentes formas de expressão e do ser.
“Tanto nesse ano, quanto no passado, por conta da pandemia, surgiu um período marcado por questões políticas e sociais que nos fizeram refletir sobre sobre qual o nosso lugar no mundo, nosso espaço, o que estamos fazendo e para onde estamos indo”, diz Camila.
Pela primeira vez, o curador do projeto Caixa de Pandora foi convocado antes mesmo que a artista. Ademar é um cardiologista colecionador de arte contemporânea desde 2014, formado em Estudos Curatoriais pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro) e Node Center for Curatorial Studies (Berlim), além de ter frequentado como aluno especial o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
A artista convidada, por sua vez, bacharel em pintura pela faculdade de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desenvolve obras que entrelaçam imagens históricas oriundas do universo da política e representações da cultura visual contemporânea. Parte de suas criações pictóricas são resultado de sua pesquisa sobre as lutas travadas por mulheres ao redor do mundo. Nesta edição da Caixa de Pandora, ela apresenta 18 telas, um biombo, seis oratórios e uma cortina site-specific (criada de acordo com o ambiente e com um espaço determinado) para o espaço que abriga a coleção.
A exposição é aberta e encerrada por um biombo de quatro partes frente e verso que remete à harmonia dos relacionamentos e o fim de um ciclo e preparação para um novo começo. Já as telas, fazem parte do projeto “Oráculo Urutu”, realizado em parceria com o fotógrafo Pedro Garcia, que consiste na representação de arquétipos derivados de músicas, poesias, artes e literaturas brasileiras. Há ainda a série inédita “Oratórios”, obras-homenagens às mulheres ativistas que tiveram suas trajetórias interrompidas.
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“Fica um convite a revermos nossas relações, posicionamentos e tentarmos viver neste mundo pós-pandêmico de uma forma mais respeitosa e harmônica”, diz Ademar Britto Junior.