SP-Arte estreia em modelo híbrido e tem destaque tecnológico
A mostra conta com exposições físicas e virtuais bem como uma exibição especial focada na relação entre arte e tecnologia
Começou hoje a 17ª edição da SP-Arte (Festival Internacional de Arte de São Paulo), que ocorre até o dia 24 de outubro na ARCA, galpão de 9 mil metros quadrados localizado no bairro da Vila Leopoldina. A feira estreia em modelo híbrido, o qual une atividades presenciais e outras no Viewing Room, espaço virtual que pode ser acessado no site da mostra.
LEIA MAIS:
- Conheça Hanayrá Negreiros, nova curadora-adjunta de moda do Masp
- Bulgari convida artistas a criar interpretações de “metamorfose”
- Afonso Cruz fala sobre seu livro “Vamos Comprar um Poeta”
O evento conta com 128 expositores, sendo 84 presenciais e 44 exclusivamente no ambiente digital. Entre eles, figuram nomes como Mendes Wood DM (SP-NY Bruxelas), Galeria Luisa Strina (SP), Bergamin & Gomide (SP), Fortes D’Aloia & Gabriel (SP – Rio), Silvia Cintra + Box 4 (RJ), Almeida & Dale Galeria de Arte (SP), Dan Galeria (SP) e Pinakotheke (SP). No grupo de estreantes, estão jovens galerias que têm redesenhado o circuito das artes visuais, como Quadra (RJ), HOA (SP) e Projeto Vênus (SP). E fora do eixo Rio-SP, a SO-Arte conta com a presença da Galeria Ybakatu (Florianópolis) e Paulo Darzé Galeria (Salvador). Internacionalmente, algumas galerias são SUR, de Punta del Leste (Uruguai), Galería de las Misiones, de Montevideo (Uruguai), e Opera Gallery, de Miami (EUA).
As editoras especializadas, museus, projetos especiais e galerias de arte que participam apenas virtualmente apresentam painéis com QR Codes os quais direcionam o público aos seus respectivos Viewing Rooms, onde é possível encontrar informações sobre as obras que não estão presentes na ARCA. Participam deste setor expositores como a Labor, Marian Goodman, Zielinsky, Patricia Ready e a Amparo 60. O campo de design, por sua vez, inclui ETEL, Artemobilia Galeria, Jacqueline Terpins, Mobília Tempo, Passado Composto Século XX, Sandra & Marcio, Hugo França e Estúdio Tupi. Já os entre os projetos especiais estão Casa Chama, Potência Ativa, Piscina, Ateliê397, Espaço Delirium.
“Para a retomada presencial, pensamos em uma programação ampla, que contemplasse desde assuntos atuais relacionados ao mercado da arte até a promoção de debates entre artistas, galeristas e curadores, evidenciando o caráter plural do evento, que é parte essencial do calendário cultural de São Paulo”, comenta Fernanda Feitosa, fundadora da SP-Arte.
Um dos grandes destaques da edição deste ano é a exposição “Arte e tecnologia: uma revolução em curso” com curadoria de Ana Carolina Ralston, que ocupa o STATE, espaço vizinho da ARCA, com cerca de 20 obras de 21 artistas, entre eles quatro não representados por galerias de arte.
Segundo a curadora, estão reunidas obras de artistas nacionais e internacionais e de diferentes gerações que, em comum, desdobram suas pesquisas utilizando a tecnologia como processo intrínseco de suas criações. A mostra visa discutir o lugar da tecnologia em cada produção, seja ela gerada e nascida na esfera digital ou materializada pelos recursos e reflexões que ela possibilita.
Em um brunch exclusivo organizado pela Unico, IDTech brasileira, durante o evento, Ana Carolina destacou reflexões do filósofo checo-brasileiro Vilém Flusser como inspiração para a exposição. “Ele vê a tecnologia como a terceira catástrofe do homem – a primeira é o bipedismo e a segunda é a sedentarização. Seu paradoxo está na possibilidade do nomadismo, ou seja, estar em todos os lugares ao mesmo tempo e, simultaneamente, estarmos estáticos”.
Na exibição, estão presentes desde os primeiros artistas a terem essa relação com tecnologia como o falecido Edmilson Junior – nome de relevância nacional e com ampla projeção internacional – até cripto arte e NFT, novos recursos tecnológicos no mercado artístico.
LEIA MAIS:
- NFT movimenta o mercado artístico e traz novos olhares para a arte
- Makoto Azuma: o artista que fotografa flores no espaço
- ArtRio 2021: galeristas e curadores falam sobre destaques da feira
Por fim, Fernanda Feitosa reforça que a SP-Arte é um integrante ativo da retomada de grandes eventos de cultura da cidade e que todos os protocolos necessários estão sendo levados em consideração para oferecer ao público uma visita confortável e segura. “Todo o circuito está ansioso pelo reencontro”, diz. A lista completa de expositores está disponível aqui.