Irmãos Campana criam bolsas em parceria com a italiana NC

As bolsas Raízes e Wanda se destacam pelo design sustentável

Bolsas Raízes em couro marrom e palha italiana e Wanda
Para a confundadora da NC, Consuelo Cornelsen, as bolsas são uma pequena arquitetura a ser experimentada diariamente

Em colaboração com o Estúdio Campana, a marca italiana NC lançou dois modelos de bolsas feitas à mão. Da pintura ao artesanato, o diferencial italiano presente na forma de confecção é algo que se renova e reaparece nas mais diversas traduções. O artesão de Parma, Giuliano Girali, após passar por renomadas grifes italianas e francesas, é o responsável pela manufatura de Raízes e Wanda, as bolsas da NC.

 

A dupla Humberto e Fernando Campana se destacam nas cenas do design brasileiro e internacional. Em 1989, criaram o Estúdio Campana, famoso pelo design de objetos e mobiliário com um viés de sustentabilidade. Suas peças são feitas a partir da reutilização de materiais, como plástico, borracha, cordas, tijolos e até bichos de pelúcia.

 

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Consuelo Cornelsen, brasileira à frente da marca junto à sócia italiana Nadia Calzolari, descreve a importância de manter viva essa prática na criação de produtos. “São objetos únicos criados por designers internacionalmente conhecidos por valorizar a artesania fina: uma tradição de experiência e conhecimento, constituindo um precioso patrimônio para ser preservado e respeitado”, explica. 

 

Para ela, as bolsas são um micro espaço, uma pequena arquitetura a ser experimentada diariamente. Os dois modelos oferecem 18 possibilidades, todas certificadas com edição limitada de até 50 unidades por peça e com um total de 700 peças. “Nosso objetivo é produzir objetos que tenham personalidade, não como moda, mas uma expressão do design”, finaliza Consuelo. 

 

Raízes 

A bolsa Raízes é uma referência direta aos elos do Brasil e suas raízes africanas, que representam povos multiculturais ao redor do mundo e a diversidade cosmopolita. O Panno Casentino, presente em sua composição, é um tecido de lã tradicional da região de Casentino, na Toscana, que teve origem no século XIII. Apresenta acabamento de textura irregular, alta resistência ao desgaste e ao clima e está disponível nas cores verde, giallo (amarelo), arancio vecchio (laranja envelhecido) e naturale. 

 

 

 

Bolsa Raízes, preta e verde com detalhes em couro e lã

Na bolsa Raízes, é utlizado um tecido de lã tradicional da região de Casentino, na Toscana, que teve origem no século XIII

 

O couro, por ser pigmentado com corantes naturais, não contém substâncias tóxicas prejudiciais ao ser humano e ao meio ambiente. O ciclo de produção é certificado em cada detalhe, para minimizar o impacto ambiental. Já a palha italiana é uma fibra natural obtida a partir de resíduos agrícolas; portanto, pode apresentar imperfeições e tonalidades de cores diferentes. O padrão obtido por meio da tecelagem de artesãos italianos é transformado em objetos sofisticados de alto valor ecológico.

 

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Wanda

A bolsa Wanda foi batizada em homenagem à personagem feminina do romance “Vênus em Peles”, do escritor austríaco Leopold von Sacher-Masoch. Em sua composição, está presente o Pinãtex, couro vegetal inovador, feito a partir das fibras da folha do abacaxi, as quais conferem maciez, flexibilidade e força ao acessório. O tecido foi desenvolvido como uma opção sustentável pois demanda uma quantidade menor de água e produtos químicos em sua produção, além de dispensar fertilizantes extras e surgir de uma matéria que seria descartada. Também foram utilizados na produção resíduos de pau-marfim, madeira de cor clara e veios retos com textura fina. Por fim, é possível identificar o bambu, que é robusto, durável e ecologicamente correto.

Bolsa Wanda, feita em sua maior parte de couro vegetal e detalhes de bambu nas laterais e alça

Na produção da bolsa Wanda, foram utilizados couro vegetal, resíduos de pau-marfim e bambu

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