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Rio, mais novo projeto artístico do premiado fotógrafo carioca Rafael Duarte, é um manifesto de amor à cidade maravilhosa em uma obra documental que marca esta década.

Rio, mais novo projeto artístico do premiado fotógrafo carioca Rafael Duarte, é um manifesto de amor à cidade maravilhosa em uma obra documental que marca esta década.

 

Nascido no Rio de Janeiro em 1982, Rafael Duarte é um premiado fotógrafo, documentarista e jornalista. Usa a fotografia para documentar as riquezas da natureza, provocar reflexões sobre o comportamento humano e promover a conservação dos bens naturais, históricos e culturais do planeta. RIO, seu novo livro, desafia os olhares mais aguçados e revela ângulos inusitados de uma outra cidade do Rio de Janeiro e de paisagens já conhecidas.

 

Como admirador do lugar onde nasceu e cresceu, Rafael, sempre, procurou estabelecer um olhar generoso para a capital fluminense com sua expressão artística. Inspirado nos mestres Ansel Adams, Sebastião Salgado e Marc Ferrez, e movido pela curiosidade e ímpeto de encontrar a essência geográfica do Rio, o fotógrafo explorou a cidade em busca de ângulos únicos, improváveis e de perspectivas incomuns, para criar essa série artística, investigativa e documental. O objetivo foi revelar a delicadeza e a força que estão na sinergia entre o natural e o urbano, resultado dessa longa imersão sobre o território carioca.

 

O percurso segue a lógica do descobrimento e da ocupação urbana. Começa pela Baía de Guanabara e as silhuetas das montanhas vistas de Niterói; entra pelo Centro antigo, passa pela Zona Norte e cruza a Floresta da Tijuca, até chegar à Zona Sul e, por fim, desbrava os recantos mais inóspitos da Zona Oeste, situados no Parque Estadual da Pedra Branca. “O desafio foi documentar, nos cenários atuais, o encontro entre o presente e o passado, com elementos que remetem à história do desenvolvimento da cidade. O resultado foi um livro, delicadamente, editado, que traça um mapa fotográfico do Rio de Janeiro”, esclarece Rafael acrescentado que — para desbravar esses cenários com florestas, montanhas, edificações e monumentos, e buscar, justamente, a imagem que poucos conseguem ver — o primeiro passo foi não chegar ou admirar o local no mesmo ângulo da população. Para isso, os meios de transporte foram, na maioria das vezes, alternativos — asa-delta, bondinho de carga, remo, avião monomotor e bicicleta, por exemplo.

 

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O ato de encontrar o enquadramento da foto foi o despertar para essa aventura e o motor do processo criativo, que Rafael compartilha em forma de narrativa com imagens. Essa nova “apresentação” da cidade e seus entornos servem como inspiração, enquanto instigam o anseio de descobrir “de onde a foto foi feita?”. Essa viagem fica ainda mais completa com conteúdo em vídeo — acessado via QR Codes impressos nas páginas do livro — desvendam os bastidores da criação dessa série e contam algumas histórias por trás das fotos. “Esse duradouro e intenso processo me ensinou o poder transformador da imersão em um projeto fotográfico, a importância de uma dedicação a longo prazo e a maturidade que o tempo traz às questões conceituais de uma obra. E, no lado pessoal, a oportunidade de renovar a minha conexão com a cidade em um espaço a ser redescoberto por nosso desejo, iniciativa e olhar.

 

Sinto que a fotografia foi o salvo-conduto para eu explorar o meu lugar de origem nessa jornada épica”, analisa Rafael.

 

A decisão de ter todas as fotos em preto e branco busca atenuar as linhas que delimitam a beleza e o caos, o novo e o velho, o rico e o pobre. A ausência de cor traz o foco para o essencial, levando a uma proposta de reflexão sobre o contexto atual da cidade. Tudo para resgatar o lado mais cru e inspirador do Rio: sua inesgotável vocação natural em meio ao crescimento desordenado.

 

O projeto foi realizado pela editora e produtora Bambalaio com o patrocínio da Mark Building, Multiterminais e JL T por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. A Bambalaio lançou, em fevereiro, no lnstagram do fotógrafo (@rafaelduartephotography) uma instaserie, trazendo em forma de episódios temáticos alguns dos vídeos criados para o projeto fotográfico de RIO. Serão dez episódios, de um minuto cada, que mostram os bastidores do processo criativo do fotógrafo. Nos vídeos, Rafael conta o que sentiu ao subir no ombro da estátua do Cristo Redentor, como foi percorrer os 180 km da Trilha Transcarioca e também quais meios alternativos usou para se deslocar na cidade em busca de ângulos únicos. Em um dos episódios, por exemplo, ele revela como carregou sua câmera durante um voo de asa-delta para capturar imagens de São Conrado, da Pedra da Gávea e do Morro Dois Irmãos. No dia 28 de março, o fotógrafo apresenta na Cinza Galeria, no Fashion Mall, Rio de Janeiro, a RIO Pop-Up Expo, de curta duração, com obras icônicas da série RIO. A visitação será gratuita.

 

Fotografia por Fran Oliveira | Matéria publicada na edição 110 da Revista Versatille

 

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