Mercado Imobiliário: Vida high-tech
Qual será o futuro do mercado imobiliário? Responder a essa pergunta é observar o que já existe no presente. As pistas estão nas tecnologias disponíveis e em seu desenvolvimento veloz Arquitetura inteligente e sustentável, automação, segurança,
Qual será o futuro do mercado imobiliário? Responder a essa pergunta é observar o que já existe no presente. As pistas estão nas tecnologias disponíveis e em seu desenvolvimento veloz
Arquitetura inteligente e sustentável, automação, segurança, telecomunicações e eficiência energética são temas que norteiam os imóveis do futuro, sejam eles residenciais ou comerciais. No Henn-na Hotel, na cidade de Sasebo, província de Nagasaki, no Japão, por exemplo, não faltam robôs e mais robôs. Eles recepcionam os hóspedes e fazem o check-out, além de levar as bagagens até o quarto. A recepção é feita por um exemplar humanoide e outro na forma de um — adivinhe! — dinossauro.
Cada dormitório conta, ainda, com um robô particular, que fica ao lado da cama. Com 30 cm de altura, essa espécie de concierge fornece informações sobre o tempo e quetais.
Está certo que existe certo fascínio por robôs entre grande parte da gente. Especialistas garantem que, no futuro, cada casa terá o seu, para fazer atividades diversas. Eles serão capazes de se entregar até mesmo ao que necessita de um toque fino, como preparar e servir uma xícara de café. Nesse tempo, os aspiradores de pó robotizados à venda hoje no mercado serão sucata.
Mas, se o “robô-faz-tudo” é o ápice da tecnologia, existem outras tantas disponíveis hoje em dia que, unidas, fazem diferença. Um exemplo está na casa projetada pelo Studio Arthur Casas, do arquiteto paulistano de mesmo nome, para o Projeto N.O.V.A. – Nós Vivemos o Amanhã, encabeçado pela empresa de energia Ampla, da Enel Brasil, que atua em território fluminense.
A partir de dados coletados entre participantes de uma plataforma crowdfunding, detectaram-se aspectos que as pessoas gostariam de ver em uma casa do futuro. O projeto, que tem linhas contemporâneas e evocações do modernismo brasileiro, tende a ser construído no Rio de Janeiro.
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ROUPA SECA
Entre as soluções empregadas, por exemplo, está um sistema que responde ao anseio das pessoas de que a roupa fosse recolhida automaticamente em caso de chuva. Encontrou-se, então, uma forma de fechar a casa automaticamente no caso de começar a chover, com uma central meteorológica que detecta a mudança de tempo. Essa central também vai permitir adequar automaticamente a temperatura da climatização, comparando-a com a temperatura exterior, o que evita desperdí- cio de energia. A casa, por sinal, é autossustentável em termos de energia. Para isso, há painéis fotovoltaicos na cobertura que sustentam a casa inteira nesse quesito.
Um recurso similar é usado em outra casa futurista, batizada de H3, em Atenas, Gré- cia, projetada pelo grego 314 Architecture Studio. No telhado há um sistema de painéis solares para esquentar a água da piscina. O conceito bioclimático da residência implementa o resfriamento por meio do contato com a água e pelo uso da energia geotérmica, o que confere a ela um viés ecologicamente correto. Há, também, um sistema de recolhimento de água para a irrigação — solução cada vez mais empregada nas construções de hoje.
E, levando-se em conta a eficiência energética, vale citar como exemplo atual o Taipei 101, um arranha-céu de 508 metros que abriga escritórios, em Taipei, Taiwan. Também conhecido como Taipei Financial Center, o sexto maior prédio do mundo tem a reconhecida certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), emitida pelo U.S. Green Building Council, sediado em Washington, nos Estados Unidos. Os 101 andares contam com mais de 3,4 mil dispositivos que desligam o ar-condicionado ao detectar a desocupação do ambiente. A economia de energia equivale a US$ 700 mil por ano.
Por outro lado, há tantos mais elementos que podem turbinar o lifestyle no futuro. Para além das tão já conhecidas câmeras pelas quais se faz acompanhamento remoto ou videoconferências, outras inovações surpreendem, como softwares interativos que gerenciam a casa e até falam com os moradores. A geladeira Bio Robot, apresentada pela Electrolux, é feita de um gel robótico, de biopolímero, resfriado por meio de luminescência. Em vez de prateleiras, o gel inodoro e não pegajoso se molda ao redor dos objetos criando cápsulas. Sem portas ou gavetas e quatro vezes menor que uma geladeira comum, ela pode ser pendurada na vertical, horizontal ou até mesmo no teto.
Alguém duvida que os empreendimentos logo virão equipados com essa e outras engenhocas?
ÁREAS MENORES
Outro aspecto importante nas residências do futuro refere-se ao tamanho, que tende a ser cada vez menor, e à praticidade. Essa tendência já pode ser verificada no mercado imobiliário dos grandes centros urbanos. Mas há projetos que radicalizam. É o caso da casa rotatória criada pelo designer alemão Luigi Colani. A constru- ção de 36 m2 tem, no centro, uma estrutura giratória com três diferentes ambientes — banheiro, cozinha e dormitório. O morador pode escolher, por meio de um seletor, qual deles será usado na atividade do momento, o que poupa espaço.
Mais um exemplo da miniaturização das residências está nos projetos de Richard Horden, da empresa inglesa Micro Compact Home. A casa microcompacta, para uma ou duas pessoas, é inspirada em soluções encontradas na indústria da aviação e foi desenvolvida em conjunto com a Technical University, de Munique, na Alemanha. Trata-se de um cubo metálico, com 2,7 metros em cada face, construído em uma fábrica com instrumentos precisos, em que todos os móveis e eletrodomésticos são embutidos. E não é que dá para viver nela? São características diferentes das casas de hoje, que nos fazem pensar, para os tempos que estão por vir.
Especial mercado imobiliário por Bob JR. | Matéria publicada na edição 96 da Revista Versatille