Thomas Durin, da Van M, fala sobre nova coleção inspirada na cidade de São Paulo
O designer belga fez um tributo a Mirthes Bernardes, criadora da padronagem das calçadas paulistanas, que estampa as peças
As calçadas paulistanas − ou melhor, a padronagem delas − são reconhecíveis de longe. Mas pouca gente sabe, ou procurou saber, o autor do desenho: “A coleção é um tributo a Mirthes Bernardes, a criadora, um resumo do que vivi na minha primeira viagem a São Paulo três anos atrás. Eu decidi ‘reviver’ a estampa nas peças de roupas para passar a mensagem de que vim ao Brasil e descobri muitas coisas, que devem ser vistas por outras pessoas também”, conta Thomas Durin, diretamente de São Paulo.
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O jovem designer belga veio ao Brasil para apresentar sua coleção, previamente mostrada em Paris. Sua marca, Van M, desenvolvida durante o primeiro lockdown, tem como premissa o slow fashion, com peças vendidas apenas sob encomenda, e também foca em um lado social. “As roupas são feitas em um ateliê, localizado em Liège. Eu trabalho com um projeto social, de reinserção, e foi muito interessante para mim dar o material para as pessoas desenvolverem, e, assim, criar algo comigo. Não estou considerando a marca minha, mas colaborativa, de um time”, afirma.
Seus fornecedores são quase todos europeus e estão localizados nos países Bélgica, França, Portugal, Itália e Espanha, exceto por um, no México, que fornece a ele couro vegano, fabricado a partir do cacto. Foi árduo o trabalho de reunir a rede, pois, segundo Durin, a Internet auxilia muito, mas ainda é complicado encontrar materiais sustentáveis de qualidade: “Eu quero que as roupas durem bastante tempo, que passem de geração para geração”.
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Consciente, explica que serão duas coleções por ano, compostas em média de 20 peças, pois o objetivo é que os clientes − os itens também serão comercializados no Brasil − as usem de forma versátil e combinem as coleções entre elas: “Eu não gosto de dizer que faço moda; desenvolvo coleções para o dia a dia, que são possíveis de utilizar sempre, em diferentes momentos”, conclui.
Por Giulianna Iodice | Matéria publicada na edição 123 da Versatille