Desde o dia 24 de fevereiro, seguindo o formato predominantemente online adotado como medida de segurança em meio à pandemia, têm acontecido os desfiles da Semana de Moda de Milão. No evento que terminou nesta segunda-feira (1°) com apenas dois desfiles presenciais entre os 68 que apresentaram peças de Outono/Inverno 2021, as coleções de Prada, Brunello Cucinelli e Emilio Pucci, expostas digitalmente, mantiveram a tendência comfy chic além do movimento genderless e moda resort.

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A coleção “Possible Feelings II: Transmute” (Possíveis Sentimentos: Transmutar) produzida por Miuccia Prada e Raf Simons e apresentada no dia 25 de fevereiro inspira-se na ideia de mudança e transformação, abrindo possibilidades. Além disso, o que chamou a atenção foi que a coleção parecia ser a mesma da semana de moda masculina, uma vez que foram mostradas algumas peças já utilizadas anteriormente, bem como a cenografia igual.

(Divulgação/Prada)

Essa reprodução se deve não só à influência do trabalho de Raf, que teve sua trajetória marcada pelo menswear, mas também pelo atual movimento de consumo e da moda “genderless” (sem gênero), que traz versatilidade e mais liberdade de expressão. As roupas reexibidas como sobreposições e tricôs colados ao corpo, semelhantes a uma espécie de pijama “segunda pele” também reforçam a tendência de conforto e elegância.

A grife Brunello Cucinelli traduziu a reflexão sobre o atual cenário de nova rotina e necessidades em uma coleção confortável, minimalista e sofisticada, apresentada no dia 24 de fevereiro. Os looks expostos contribuíram para desconstruir a ideia de uma moda puramente estética ou funcional, e exaltar aquela que expressa bem-estar e equilíbrio.

(Divulgação/Brunello Cucinelli)

Entre casacos fluidos e leves, blazers, jaquetas e vestidos, bem como bolsas e calçados, o fio condutor da maioria dos looks foi a malha, responsável por dar o toque de conforto às peças refinadas.

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Já a Emilio Pucci, apresentou no dia 28 de fevereiro uma coleção que celebra um inverno ensolarado. A grife apostou na tendência da moda resort, ou seja, peças que buscam despertar a sensação de estar viajando, mesmo usadas no cotidiano. Nos trajes com caimentos leves os quais remetem de St Tropez à St Moritz, as cores são alegres, refinadas e audaciosas. Assim, apesar da tensão ainda vivida em meio à pandemia, as peças trazem a esperança de dias melhores com a sensação prazerosa de conhecer novos lugares.

O clima invernal pede peças acolchoadas e com aspecto de edredom, o que fez a marca seguir a tendência já observada na semana de moda masculina de Milão. O conforto também foi traduzido em jaquetas bomber, shorts de seda ou veludo, com preenchimentos sustentáveis feitos de fibras de seda natural e de garrafas PET. Por fim, os trajes ainda revelaram a possibilidade de serem combinados de diferentes maneiras.

Por Laís Campos