Renata Vanzetto: de ‘Magali’ na infância à liderança de 8 restaurantes aos 30 anos
Com 30 anos de idade, a irrequieta Renata Vanzetto comanda oito restaurantes e dois bufês, criando desde os menus e os uniformes até as playlists de suas casas.
Renata Vanzetto é uma locomotiva gastronômica. Para ser mais exato na metáfora, é um verdadeiro trem-bala: com apenas 30 anos de idade, a chef é dona de oito restaurantes – entre eles, três unidades do Marakuthai, duas do Matilda Lanches e o badalado Ema – e dois negócios voltados para eventos e casamentos, a Casa Vanzetto e o Buffet Vanzetto.
“Temos quase 200 funcionários nos restaurantes, se contar o pessoal extra das casas de eventos. Tem finais de semana que a gente chega a ter que administrar mais de 300 pessoas”, calcula. São entre 15 mil e 20 mil clientes por mês.
O talento para cozinhar foi revelado logo cedo. “Desde muito nova sempre soube que trabalharia na cozinha. Tenho várias lembranças da minha infância, com minha avó Cida me ensinando mil coisas, contanto mil segredos de receitas, e eu fascinada ouvindo tudo, e sempre cheia de perguntas”, lembra. Além disso, Renata conta que sempre adorou comer. “Sou uma avestruz, como de tudo mesmo. Quando eu era criança, meu apelido era Magali, aquela personagem gulosa do Mauricio de Sousa”, ri.
Conforme foi crescendo, a criança curiosa – e gulosa – foi pegando mais gosto por cozinhar e a ideia de ser chef foi amadurecendo em sua mente. “Aos 14 anos, eu fazia jantares em restaurantes de Ilhabela. Aos 16, fui estagiar na França e, aos 18, a única coisa que passava na minha cabeça era comida.”
De volta à terra natal, resolveu abrir seu primeiro empreendimento, o Marakuthai. O restaurante de cozinha contemporânea com inspiração tailandesa, em Praia de Ilhabela, fez sucesso e, dois anos depois, a jovem e bela chef abria a primeira filial, nos Jardins, em São Paulo.
A decoração charmosa e inusitada – havia até uma cama transformada em mesa no colorido salão do restaurante –, os drinques inspirados e os ótimos pratos chamaram a atenção do público e da mídia especializada. “Muitas pessoas me questionavam sobre a pouca idade, mas eu sempre fui muito determinada. E também não era sozinha. Tenho uma família muito grande”, diz, rindo.
Irrequieta, não demorou muito para Renata partir para segunda unidade do Marakuthai, dessa vez no bairro do Itaim Bibi, e abrir uma casa com toques muito pessoais, o Ema, onde executa receitas bem autorais, como o confit de pato com queijo meia cura e molho de goiabada. No andar de baixo do mesmo sobrado onde fica o Ema, ela inaugurou o MeGusta, bar caiçara com menu baseado nas culinárias mais spicy, como a mexicana e a vietnamita. Em 2018, abriu, na casa ao lado, o despojado Matilda Lanche, que já ganhou uma filial em Pinheiros. “Gosto muito de abrir negócios novos porque adoro criar. Não apenas receita, prato. Eu me empolgo em bolar o conceito do lugar, o nome, as cores, a playlist”, conta. “E ainda tenho muitos projetos legais que gostaria de colocar em prática.”
Seu mais recente empreendimento, o décimo da lista, é o Muquifo, onde a chef reúne os pratos que marcaram sua vida. “Eu acho que temos que andar junto com o movimento do nosso País. Se a época é de crise, não dá para fazer uma coisa fora dos padrões da maioria das pessoas. Tem que se adaptar e abrir um negócio com preço acessível, no qual a gente ganhe no giro”, explica.
Hoje, depois de 12 anos e dez empreendimentos gastronômicos, Renata tem mais do que certeza de que sua vida é a cozinha. “O que mais me emociona é o poder que a cozinha tem de unir as pessoas, seja uma mesa de jantar em casa, seja o natal ou uma noite com as amigas. O ato de comer é uma das coisas que mais promovem a união das pessoas, e isso é o que me move”, resume.
*Por Junior Ferraro