Há um ano, a Food and Drug Administration (órgão que regula o mercado de remédios nos EUA) levantou questões sobre a eficácia do tratamento da testosterona para homens de meia idade. Lá, a indústria farmacêutica afirmava que a substância conseguiria combater os sintomas do envelhecimento, mas o FDA se preocupava com o aumento de riscos para o coração.
 
Para a agência, os benefícios e a segurança do tratamento com testosterona ainda não estavam confirmados.
 
Agora, uma pesquisa corrobora a visão do FDA, afirmando que não há benefícios no tratamento com a substância. Segundo estudo publicado no Plos One, a prescrição da suplementação de testosterona para a saúde do coração, funções sexuais, físicas e cognitivas não tem suporte em testes clínicos.
 
A pesquisa analisou mais de duzentos outros estudos realizados desde a década de 50 e que comparavam o tratamento de testosterona com placebos.
 
“As evidências são muito claras de que a testosterona não ajuda a saúde do homem. Os riscos reais superam os supostos benefícios”, afirma uma das autoras do estudo, a professora do Georgetown University Medical Center, Adriane Fugh-Berman.
 
Uma das principais críticas da dra. Fugh-Berman era o teste que identificaria baixos índices de testosterona nos homens, que perguntava se eles se sentiam mal-humorados ou cansados após o jantar.
 
Os pesquisadores também analisaram estudos – considerados de baixa qualidade – que encontraram benefícios no tratamento da testosterona. Umas das descobertas do grupo de cientistas é que não foram encontradas provas de que a substância não aumentava a força dos homens diagnosticados com pouca testosterona.
 
Além disso, eles descobriram que ela também não tinha eficácia para a disfunção erétil, tampouco melhoras na libido.  O estudo não incluiu o grupo de homens que não produzem testosterona. Neste caso, o tratamento pode ser necessário para prevenir doenças.