“Para mim, o tênis significa oportunidade”, diz Fernando Alves, monitor e ex-aluno do Instituto Futuro Bom

Alunos da instituição sem fins lucrativos estreiam a quadra de tênis em uma oficina especial com o ex-tenista profissional Bruno Soares

Instituto Futuro Bom (Foto: Wallace Nogueira)

“Para mim, o tênis significa oportunidade. Ele vai abrindo as portas para todas as outras coisas”, responde Fernando Alves, monitor do Instituto Futuro Bom, ao ser questionado sobre a importância do projeto na sua vida. O jovem teve o primeiro contato com o esporte há cerca de sete anos, quando ingressou na instituição como aluno. Hoje, após muito treino, ele já é monitor e possui um plano de carreira ligado ao tênis.

 

Assim como ele, os monitores Vitória Lopes e Thiago Araújo também começaram como alunos. Ambos enxergam os anos de aprendizado como uma completa mudança de vida. Hoje (28), um dia antes do início oficial da quarta edição do evento Copa no Copa, os jovens do Instituto Futuro Bom estrearam a quadra de tênis do Copacabana Palace em uma oficina especial com o ex-tenista profissional Bruno Soares. Em uma interação exclusiva, tiveram a oportunidade de aprender um pouco mais.

 

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Detentor de três títulos de Grand Slam, Soares compartilhou suas experiências como um atleta de alto desempenho e realizou um bate-bola com os alunos. Aberto a perguntas, recebeu questionamentos sobre medo, ansiedade e estratégias de preparação para entrar em quadra. “Eu entro na quadra morrendo de medo. Achei que era só eu”, brincou Vitória. “Por isso foi tão legal conversar com ele e perceber que esses sentimentos são comuns. Foi como se estivéssemos conversando com um amigo mesmo.”

 

(Foto: Wallace Nogueira)

 

O monitor Thiago Araújo concorda com essa visão. “Absorvemos muito da experiência dele.  Não só como atleta, mas como pessoa também. Bem gente como a gente”, ressalta. “Todo mundo tem sentimento, e ele mostrou que também tem. Foi uma sessão muito terapêutica.” Para Vivian Machado, psicóloga do Instituto, assistir os alunos tendo essas percepções foi um verdadeiro presente.

 

“De alguma maneira, essa troca de experiências com um campeão torna viável a possibilidade de sonhar. São realidades diferentes, mas há a possibilidade de sonhar e aprender com uma pessoa que é referência”, destaca a profissional.

 

No entanto, por mais que a oficina tenha propiciado um dia diferente para os alunos do instituto, a quadra do Copacabana Palace não é novidade para eles. Em parceria com a instituição sem fins lucrativos, o Copa recebe jovens tenistas alguns dias da semana para o projeto Tênis nos Hotéis, que atende crianças a partir de 11 anos e oferece a prática do tênis em quadras de hotéis cinco estrelas.

 

Ao lado dos projetos Tênis nas Escolas, Educação para o Futuro e Passaporte Premiado, esse programa representa o esforço de Marcus Vinicius Meira Fonseca, fundador do Instituto Futuro Bom, para democratizar o tênis e inserir crianças e adolescentes das comunidades em outro círculo social e esportivo. “O tênis é um esporte muito relacionado à elite, e por isso é tão especial introduzir essas crianças em um mundo que está sendo distanciado delas. É importante que elas conheçam esses espaços como jogadores e não como empregados. Isso impacta na autoestima dos jovens esportistas”, explica.

 

Para o fundador, que também é tenista e tem um relacionamento de longa data com o esporte, o tênis é capaz de mudar vidas e trilhar histórias. “O esporte está ligado à educação. Eu fui atleta e levo isso no meu DNA, então busco transmitir esse sentimento para os alunos. O tênis me deu tudo na vida. Quero que essas crianças tenham a mesma oportunidade que eu tive, de poder crescer e se desenvolver com o tênis”, revela.

 

(Foto: Wallace Nogueira)

 

Há quase dez anos em atividade, o Instituto Futuro Bom tem impacto na vida de cerca de 500 alunos de comunidades da Zona Sul do Rio de Janeiro. “O projeto faz parte de um ciclo. Queremos que eles estudem e ganhem novas oportunidades na vida”, reforça Marcus.

 

“Desde que entrei no projeto, já tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, viajar e conseguir meu primeiro emprego com carteira assinada”, conta Araújo. Para ele, o tênis não representou apenas uma mudança de estilo de vida. “Tudo mudou”, conclui.

 

Serviço: 

 

Para mais detalhes sobre o Instituto, confira o site oficial: https://futurobom.org.br/home/

 

Por Beatriz Calais

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