Nova York: Por dentro da exposição definitiva da Louis Vuitton

'Volez Voguez Voyagez' conta a história de mais de 150 anos da grife

A exposição Volez Voguez Voyagez é um dos grandes acontecimentos em Nova York neste inverno. A mostra narra a história da Mason Louis Vuitton, de 1854 até os dias de hoje, por meio das criações da grife. O foco maior fica para os acessórios para viagens, campo no qual a marca foi uma grande pioneira em vários aspectos – Volez Voguez Voyager, para os não-fluentes em francês, quer dizer Voar, Velejar e Viajar.

 

Com a curadoria de Olivier Saillard e direção artística de Robert Carsen, a exibição segue uma jornada histórica quase que imersiva, com cenários extremamente realistas apresentando uma vasta coleção de produtos desenvolvidos pela marca. Itens pessoais de Louis, Georges (filho) e Gaston-Louis (neto), a família fundadora da Mason, e itens emprestados dos museus Palais Galliera and Musée de la Mode e de la Ville de Paris, enriquecem a mostra.

 

A peça de abertura da exposição é um baú de 1906. A escolha do item é bastante simbólica: este foi o produto que tornou a marca o sucesso que é até os dias de hoje, e continua sendo um dos ítens mais icônicos da Louis Vuitton.

 

A exposição é separada em dez partes. Comparações entre períodos históricos, tendências e costumes de cada época com as soluções e novos produtos propostos pela Louis Vuitton estabelecem algumas alas, enquanto o desenvolvimento da identidade de marca e estratégias promocionais que são seguidas até os dias de hoje são temas de outros setores.

 

Para quem gosta de história, marketing e mercado de luxo, a exposição da Louis Vuitton é um prato cheio de informações. Vários anúncios da marca, elaborados desde 1854, são apresentados, além de acessórios antigos ao lado de designs mais recentes – o contraste das épocas e a tradição em homenagear a própria história e itens lendários vem à tona.

 

As primeiras três salas são dedicadas a história da marca e da família Vuitton, com detalhes de como cada um deles implementou seus toques pessoais na grife. Louis, aponta a exposição, mudou o formato clássico dos baús que tinham o topo oval para um formato quadrado, criou versões à prova d’água, de modo que a peça virou uma queridinha da Imperatriz Eugenia, a esposa de Napoleão Bonaparte. Gaston-Louis, por sua vez, foi a gestão responsável por dar a luz ao monograma da marca e à tradicional estampa damier.

 

As três salas seguintes são, provavelmente, as mais belas da exposição. Elas recriam o cenário de diferentes estilos de viagens e as bagagens necessárias para cada momento.

 

A primeira delas é centrada nas viagens de navio e expedições a lugares exóticos. Nela, são expostos itens inusitados que foram desenvolvidos pela marca especialmente para pesquisadores franceses, como cases para chá e uma cama móvel. No entanto, o item que merece maior destaque talvez seja o mais simples do conjunto: a Steamer Bag. A bolsa é considerada a grande precursora da bagagem de mão moderna e serve de inspiração para outros modelos, como a Speedy, Keepal, Noé e Marceau.

 

Em seguida, vêm as salas focadas nas jornadas de avião e trem, onde fica exposto um grande contraste entre os tipos de bagagem. Como nestes meios de transporte o número de bagagens necessárias são menores, veio a necessidade de bagagem de mão e acessórios mais práticos, como porta chapéu e bolsas de viagem.

 

Uma das grandes curiosidades da exibição está na sala de viagens de carro, que mostra como a Louis Vuitton foi precursora também no desenvolvimento do porta-malas. Inicialmente os carros não eram fabricados com espaço para bagagem, então a marca criou um baú especial para o automóvel. Além disso também criou cases de ferramentas e acessórios para os motoristas.

 

Acessórios para o dia a dia, como organizadores de produtos de beleza, maquinas de escrever e materiais de escritório aparecem em outra seção, tal como algumas das primeiras peças de roupa desenvolvidas pela marca. Outros itens expostos são os acessórios de produções limitadas, como aqueles assinados por Yayoi Kusama e Jeff Koons. Vale destacar que algumas das peças emprestadas para a exposição pertenciam a Elizabeth Taylor e Lauren Bacall.

 

As últimas duas salas são destinadas às atuais criações da marca. Uma apresenta os principais vestidos da Louis Vuitton, tendo como peça central o vestido amarelo que Alicia Vikander recebeu o Oscar em 2016. Finalmente, a exposição termina proporcionando uma experiência semelhante à recente exposição da Maison Cartier em Nova York, na qual os artistas trabalhavam em bolsas e acessórios ao vivo aos olhos do público.

 

Volez Voguez Voyagez estará aberta até o dia 07 de janeiro de 2018 no American Stock Exchange. A entrada é gratuita, mas a visitação precisa ser agendada pela Internet.

 

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