Nova edição da Versatille apresenta editorial pautado na força feminina
Giselle Itié, Carima Orra, Catherine Petit e Sofia Derani ilustram as imagens com suas peronalidades marcantes
Existe quem diga que o termo “empoderamento feminino caiu na banalidade, justamente pelo uso constante nos últimos anos. Mas algo tão importante não deve ser banalizado; afinal, presenciamos um momento histórico para a mulher, que finalmente está vendo soluções – ou iniciativas – para começar o reparo de situações, diferenças e injustiças enraizadas há muito tempo na sociedade. O avanço, no entanto, não acontece do dia para a noite, muito menos sem ações que partem das próprias mulheres.
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Para o editorial da edição, quatro mulheres ilustram as fotos: Giselle Itié, Carima Orra, Catherine Petit e Sofia Derani. Donas de personalidades singulares e atuantes em diferentes causas, cada uma delas foi clicada em São Paulo, deixando transparecer um pouco do que são na vida real. Confira entrevistas e fotos na sequência.
Giselle Itié
A atriz, filha de pai mexicano e mãe brasileira, soma telenovelas e filmes nacionais e estrangeiros em sua trajetória. Em 2020 teve seu primeiro filho, Lucca, o que acrescentou mais uma pauta em sua vida, a da maternidade real. Espontânea e “sincerona”, Giselle frequentemente traz, em sua conta do Instagram (@gitie), legendas reflexivas e, de certa forma, provocativas. Tendo como uma de suas causas principais a igualdade de gênero, utiliza seu protagonismo e sua visibilidade como uma forma de espalhar a mensagem. Ao ser questionada sobre o que a inspira, responde que são os próprios sonhos, que a motivam a seguir em frente.
Versatille: Qual é seu propósito de vida?
Giselle Itié: Sempre estar atenta em ecoar a igualdade de gênero. Outro ponto é a minha própria desconstrução, já que eu também fui criada e educada nesta sociedade patriarcal. Ao mesmo tempo, como atriz, é levantar projetos artísticos com esse tema, para colaborar.
V: De onde vem sua força?
GI: Principalmente do meu passado. De todas as situações que atravessei na vida e que, de certa forma, me transformaram. E, muito importante, de todas as mulheres fortes da minha família, que tenho como exemplo.
V: O que faz para recarregar as energias?
GI: Entro em contato com a natureza, pratico meditação e também me exercito, para mergulhar na endorfina. São três ações que me fazem bem.
Carima Orra
De energia única, que transmite paz, Carima fez pedagogia e é formada em educação. Depois que casou e engravidou – tem três filhos, de 6, 4 e 2 anos –, passou a atuar como gestora de pessoas. No Instagram, ampliou sua voz (atualmente, em sua conta @carimaorra, contabiliza mais de 215 mil seguidores), é muçulmana e uma de suas principais pautas é sua religião, além da maternidade. É também empreendedora, e fundou a marca de brinquedos infantis Bali Toys.
Versatille: Qual é seu propósito de vida?
Carima Orra: Atualmente, meu propósito é crescer cada vez mais profissionalmente, assim como meu conteúdo, pois muitas pessoas têm preconceito com a minha religião. Esse acaba sendo um papel muito importante, pois os muçulmanos tinham muito pouca voz e, agora, nós conseguimos ter contato direto com o público.
V: De onde acredita que vem sua força?
CO: Meu pai sempre disseminou a religião de forma aberta, sempre esteve em todos os congressos, e sempre me levava junto. Eu sempre gostei de fazer isso e acompanhá-lo, então não é algo que aconteceu de uma hora para outra, embora a Internet tenha me dado essa abertura; foi muito degrau por degrau. É um passo a passo, contínuo.
V: O que faz para recarregar energias?
CO: Sempre priorizo a minha família e os meus filhos; o meu trabalho mais importante é ser mãe e estar com eles. O celular mesmo, nos fins de semana, eu uso muito pouco, pois, se deixar, consome todo o meu dia, estou sempre respondendo a alguém.
Catherine Petit
A francesa Catherine é diretora-geral da Möet & Henessy para o Brasil, país que já conhece há tempos, precisamente desde 2007. Sua posição envolve a operação e distribuição de todo o portfólio, assim como “olhar” a adega brasileira da Chandon. Na pandemia, repensou muitos aspectos de sua vida. Como contou, acha fundamental retribuir para a sociedade.
Versatille: Qual é seu propósito de vida?
Catherine Petit: Com a pandemia, consegui refletir bastante sobre isso. Eu tenho uma vida feliz, um filho maravilhoso, uma carreira que está indo bem, mas, aqui no Brasil, é muito importante retribuir. Meu propósito é crescer, pois sigo feliz profissionalmente, mas também tento balancear a vida pessoal e profissional. O que me inspira muito é a parte de retribuição. Eu fico muito feliz com os novos valores, e é justamente o momento de devolver. Uma coisa que me tocou muito, quando voltei para o país, em 2020, foi a percepção de que a sociedade está se tocando mais com assuntos do tipo e a situação da mulher. Muitas mulheres falam que eu inspiro elas, e isso significa que a gente pode tudo. Nos últimos anos, a pauta está em alta por aqui, e eu quero mostrar que é possível.
V: De onde vem sua força?
CP: Eu sou muito competitiva. Me dei conta bem cedo que não é igual para homens e mulheres, mesmo na França, então eu sempre fui atrás, estudei, persegui desafios, viajei bastante e criei meu filho quase sozinha. Tudo isso dá uma atipicidade, demonstra que é possível enfrentar desafios, que sempre irão ter barreiras e que não se deve desistir. O Brasil me inspira muito, eu gosto do otimismo do povo brasileiro, de, em vez de ficar deprimido, como na França, aqui é “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, como aquela música. Eu fiz isso na minha vida. A sociedade é bem patriarcal, mas nós temos de fazer a nossa parte.
V: O que faz para recarregar as energias?
CP: Eu adoro praia, gosto muito do mar, da natureza, então, quando estou cansada, eu tento dar uma fugida. Eu faço yoga, e isso me ajuda muito a externar os problemas e focar no exercício.
Sofia Derani
As fotos de Sofia foram feitas na semana de seu casamento – pela energia dela, é nítido que a felicidade transbordava. Ela é uma das fundadoras da Arcah, ONG que há oito anos prega o amor ao próximo por meio de ações: o resgate de pessoas em situação de rua e a reinserção na sociedade, por meio de acompanhamento psicológico, trabalho e ensino. Colecionadora de arte desde os 14 anos, tem o projeto Shot de Arte, transmitido diretamente em seu Instagram (@soderani), no qual visita exposições, artistas, festivais com o objetivo de aproximar o público do universo que adora.
Versatille: Qual é seu propósito de vida?
Sofia Derani: Em primeiro lugar é ter Deus dentro do meu coração. Sempre deixo Ele guiar a minha vida. Mas eu sempre quero fazer a diferença na vida das pessoas; este é o meu maior propósito, que eu possa sempre tocar a vida dos outros de uma forma diferente. Seja pela Arcah, seja mostrando artistas que eu valorizo, que o mundo não tenha notado, pois arte, para mim, é vida.
V: De onde vem sua força?
SD: De Deus. Eu sou evangélica e leio a Bíblia desde criança, e é essa luz que me motiva, essa sede. Jesus foi esse guia, de deixar a bondade no mundo, de gerar amor, e acho que a gente tem de seguir esse exemplo.
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V: O que faz para recarregar suas energias?
SD: Eu fico com as pessoas que amo. Para me recarregar, eu preciso estar com eles, com a minha família, e justamente é a hora que fico mais quieta. Eu me reúno e deixo eles falarem, fico ali só curtindo, ouvindo histórias gostosas, dos meus pais e da minha irmã. Todos os dias eu também oro.
Por Giulianna Iodice | Matéria publicada na edião 124 da Versatille
Fotos: Gabriel Bertoncel
Tratamento de imagem: Robson Baptista
Edição de moda: José Barbosa
Produção executiva: Kariny Grativol
Maquiagem: Pablo Félix
Hair: Kaique Marques