Um dos lugares mais impressionantes e belos do mundo que conheci, as Maldivas são o convite ideal ao descanso com mar transparente, em diversos tons de azul, areia branca e resorts de luxo (por Daniela Filomeno, do Viagem e Gastronomia)

Imagine um mar calmo, de horizonte com diferentes tons de azul a perder de vista, sol e muita paz. E, no meio desse lugar paradisíaco, olha para o oceano azul de variados nuances e passa uma raia enorme, seguida de um tubarão e um cardume de lulas. Foi assim logo em minha chegada nas Maldivas. E, quando achei que já vislumbrara tudo, fiz uma pequena volta de barco na agradável companhia de golfinhos seguindo o movimento das ondas. Em Maldivas não só as paisagens são estonteantes, mas, também, o ecossistema em harmonia, que permite encontros iguais a esses.

No Oceano Índico, ao sul da Índia, as Maldivas são um arquipélago asiático composto por mais de 1,1 mil ilhas, agrupadas em 26 atóis, e, dessas, cerca de 200, habitadas.

Um dos poucos lugares no mundo onde pergunto para qualquer pessoa que tenha estado por lá: qual é o melhor hotel das Maldivas? E, me responderá, em unanimidade: o que eu fiquei. Isso porque a gama de resorts-butiques de altíssimo luxo é grande, tarefa difícil para a escolha. Cada resort ocupa uma ilha, o que confere exclusividade inigualável ao destino. Quem vai, adora – e quer voltar.

São vários hotéis de luxo, e eu fiquei no Taj Exotica Maldivas, uma das melhores unidades do Grupo TAJ numa ilha para chamar de sua.

O Taj Exotica Resort & SpaMaldives está localizado em uma das maiores lagoas das Maldivas, a apenas 15 minutos de barco do aeroporto, na ilha de Malé. São 64 Villas, muitas em cima das águas, os famosos bangalôs. Com decoração elegante, espaçosas, e uma equipe dedicada. A suíte presidencial ocupa a ponta onde se encontram duas passarelas ladeadas por bangalôs. São dois quartos, dispostos no meio de um delicioso living. A área externa proporciona atração à parte, com ampla piscina de borda infinita e rede enorme em cima da água, que, à noite, fica toda iluminada. O TAJ Exotica tem quartos “com pé na areia”, ideal para hospedar-se com crianças, pois há mais de uma acomodação, além de piscina e praia de mar calmo à frente.

O resort apresenta o diferencial de serviço impecável, composto de time excepcional, que vai se acostumando com os gostos dos hóspedes e melhorando a atenção a cada dia. Absolutamente incrível. Dependendo da suíte, o Taj ainda oferece um mordomo dedicado durante todo o tempo de estadia. O nosso, o Sudharshan, era tão bom que virou gerente de hospitalidade do resort. Por isso, mantemos contato até hoje, e, quando um amigo vai para lá, ele os atende com reverência. Sud, como o chamávamos, se tornou nossa referência no TAJ — para o qual não havia a palavra não: tudo acontecia sob sua batuta!

A gastronomia é um dos pontos fortes do resort, assim como as atrações do jantar: à luz de velas, na praia – onde, literalmente, se constrói um lounge na areia (Sud o cavou), somente para a noite; na casa da árvore; ou em um dos pavilhões, à beira-mar. O mais impressionante foi o nosso, no meio do mar, com todo o serviço feito de barco, de mais privacidade aos casais.

Uma experiência romântica é o casamento realizado em um pavilhão exclusivo, se houver essa inspiração! Outro ponto alto é o Jiva Grande Spa, um culto ao bem-estar, com tratamentos e rituais indianos, eoda ayurveda. Pela manhã, no pavilhão da Yoga, fica difícil concentrar-se, por causa da grande quantidade de tubarões – parece que têm horário marcado. No final do dia, é permitido acompanhar os biólogos na tarefa de monitorar as raias à beira d’água.

No Taj Exotica há variadas iniciativas para reduzir o impacto ambiental, além de proteger a fauna e a flora das ilhas de Emboodhu Finolhu, onde está situado. Outras opções de resorts de luxo que fazem parte de minha lista para conhecer um dia, a seguir. O difícil é escolher o próximo… A rede Four Seasons tem dois hotéis expoente máximo do luxo, nas ilhas de Kuda Huraa e Landaa Giraavary, e um navio, que explora outras do arquipélago. Interessante a possibilidade de experimentar um, dos dois resorts, e/ou o navio – ou tudo – em uma única viagem. Em uma ilha repleta de verde, com a tradicional Villa, o Four Seasons, em Kuda Huraa, em ilha privativa de coral, a 25 minutos do aeroporto de Malé, rodeada por um mar turquesa.

São 96 acomodações, entre bangalôs em cima d’água e Villas, construídas por artesãos, e espaços com materiais e técnicas indígenas para aproximar ao máximo os hóspedes do espírito das Maldivas. Muitos com piscinas e jardim privativos ou decks para descer até a lagoa de KudaHuraa. A ilha é famosa pelas ondas próprias à prática do surfe.

O Four Seasons Landaa Giraavary está na remota Atol de Baa, protegido pela Unesco World Biosphere Reserve. É uma das maiores lagoas do Atol das Maldivas. O hotel prima por serviço impecável, instalações cinco estrelas e cozinha internacional. São 103 luxuosas e amplas Villas, percorridas durante 45 minutos de hidroavião partindo do aeroporto internacional. Com o Marine Discovery Centre, onde raias mantas são figurinhas fáceis. Os interessados em se tornar “manta rayscinetist for a day” devem acompanhar um biólogo marinho por um dia.

As ilhas são ligadas pelo Four Seasons Explorer, catamarã que faz cruzeiros entre as duas ilhas com paradas em praias desabitadas, lugares excepcionais de mergulho e comunidades remotas. O liveaboard entre KudaHuraa e LandaaGiraaraaru pode ser de três a sete noites com hospedagem em uma das 11 luxuosíssimas cabines, distribuídas pelos três andares do catamarã. Ideal aos mergulhadores ou aos amantes da natureza, explora locais remotos e desertos, praticando scubadiving ou snorkeling em atóis exóticos e intocados.

A Only&Only tem luxuosos bangalôs em um resort com exclusividade e privacidade, além de maior distância entre as esplendidas 128 Villas. Grandes varandas, quartos espaçosos, piscinas privativas dividem a atenção do hóspede com o oceano. Também em uma lagoa, prima pelo estilo contemporâneo e se orgulha ao dizer que suas Villas estão entre as maiores do mundo.

No Noonu Atol, 40 minutos de hidroavião ao norte de Malé, por ilhas verdes intocadas em uma grande barreira de corais, está o mais novo hotel das Maldivas: Cheval Blanc, do grupo LVMH, que leva a assinatura dos produtos de suas luxuosas grifes. São muitas ilhas ao redor do resort, ideal para um merecido descanso, um bom mergulho ou desfrutar, a dois, a praia deserta. O hotel promove um convite para experimentar a artofrecevoir francesa com um toque de texturas comuns por ali: rattan, bambu, madrepérolas e corais.

Não importa a escolha do hotel, mas, sim, a programação principal: descansar na espreguiçadeira, com os pés em águas mornas e o sol coroando o dia. Os resorts oferecem excelente serviço de praia: não é necessário levantar-se nem para comer ou tomar um bom drinque. A gama de esportes náuticos vão desde paddle até o mergulho autônomo, onde se vislumbram uma biodiversidade impressionante e inúmeras criaturas gigantes – a raia manta ou o tubarão baleia. Entre os passeios, o jantar no restaurante embaixo do mar do IthaaUndersea, um almoço em uma ilha deserta e o parasail são obrigatórios.

Muitos hotéis oferecem um passeio de barco, no pôr do sol: mais romântico, impossível. Aliás, romance e descanso parecem ser o significado desse paraíso. O clima tropical das Maldivas permite receber turistas o ano inteiro, com temperatura média de 26°C/30°C. O período das monções vai de maio a novembro, apesar de chuvas (esparsas), vale, pois é baixa temporada e preços acessí-veis. Os melhores voos são via Dubai ou Abu Dhabi, com voo direto (4/5 horas), e é preciso dormir uma noite nas cidades.

Daniela Filomeno é jornalista e publicitária. Travelholic e foodie. Fundadora da revista eletrônica Viagem e Gastronomia