“Hoje, temos uma guerra contra a verdade”, diz produtor de ‘Chernobyl’

Nova série da HBO sobre o desastre nuclear na Ucrânia estreia nesta semana

Sexta feira, dia 10 de maio, estreia uma das séries mais esperadas do ano da HBO, “Chernobyl”. A produção mostra em cinco episódios os impactos e acontecimentos políticos logo após a explosão da Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, parte antiga União Soviética, em 1986.

 

O drama foi filmado na Lituânia, e buscou atingir grande precisão histórica nos cenários, figurinos e objetos de cena. Na narrativa, mistura fatos e personagens históricos com personagens fictícios para retratar de uma forma mais tangível para o público os desafios enfrentados pelas pessoas que fizeram o possível para conter o acidente bem como lutar contra a cultura de desinformação.

 

“Chernobyl” foi escrita e produzida por Craig Mazin, e conta com um time excelente na frente e por trás das câmeras. Entre os protagonistas, estão Stellan Skarsgård, Emily Watson e Jared Harris, e o diretor da série é ninguém menos do que Johan Renck, de “Breaking Bad”.

 

Em um evento de pré-estreia durante o Festival de Cinema de Tribeca esta semana, tive a oportunidade de conversar com Craig Mazin e saber um pouco mais sobre a produção. Confira abaixo a entrevista exclusiva:

 

Chernobyl é uma das séries mais esperadas do ano. Como é para você saber que o seu trabalho vai ser visto no mundo todo, principalmente no Brasil?
É sensacional, a série vai ser vista por milhões de brasileiros e eu estou muito animado com isso. Chernobyl é uma história global, é muito legal pensar que vai atingir um público global. E os brasileiros são ótimos consumidores de entretenimento. É muito bom pensar que estarão assistindo e, espero que, gostando do nosso trabalho.

 

Qual foi o principal fator para você escrever essa história? Você conhecia muito sobre o que aconteceu em Chernobyl?
Um pouco. Quando eu comecei a realmente trabalhar na história de Chernobyl, eu me dei conta que havia muita informação que não poderia imaginar. Parecia que eu tinha descoberto uma história de guerra que ninguém havia contado até agora. No entanto, conforme a pesquisa ia aprofundando, descobri que não era apenas outro conto de guerra, e sim uma história de seres humanos. E há algo muito universal e bonito sobre isso.

 

Qual foi sua maior descoberta no desenvolvimento deste roteiro?
Do início da pesquisa até o momento que a gente começou a filmar a série, ficou claro para mim que Chernobyl é o que acontece quando a gente ignora a verdade. A gente até sabe a verdade, mas escolhe olhar para o outro lado. Porque preferimos outra versão, ou outra história. E não importa qual versão a gente acabe escolhendo, o fato não muda. Eventualmente, a conta chega e vamos ter que pagar pela nossa inabilidade de lidar com o que é real. Foi isso que aconteceu em Chernobyl.

 

O mundo mudou muito desde 1986, época da série, tanto em tecnologia quanto ao acesso a informações. Como você vê a relação ou identificação do público atual com a série?
Acho que vai ser muito interessante ver a reação do público. Hoje, temos uma guerra contra a verdade. Em quase todos os países, a gente sabe que isso acontece, seja no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, e assim vai. Estamos nos afogando em narrativas e histórias, mas queremos saber os fatos, a verdade. Todos nós estamos tentando descobrir o que fazer e no que acreditar. Dessa forma, acho que a história de Chernobyl é muito relevante para os dias de hoje, porque ela fala sobre o custo de mentiras. E eu espero que todos tirem uma lição dela.

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