Floresta urbana: traga a natureza para dentro de casa

O cinza da cidade grande e a correria do dia a dia inspiram a criar um novo jeito de morar: perto de muita planta. Mas não basta comprar alguns vasinhos

Manter-se conectado à natureza, envolvido pelo ar puro e pela beleza que só as plantas oferecem, virou um dos luxos mais valorizados dentro e fora do país. Não foi à toa que a expressão urban jungle (em português, floresta urbana) caiu nas graças dos brasileiros que não abrem mão de ter pequenas porções ou grandes áreas verdes dentro de casa.

 

Antes de sair lotando os ambientes de vasos, vale entender o que significa Urban Jungle e como tudo começou. Essa tendência, que vem ganhando cada vez mais adeptos dentro e fora do Brasil, fez sucesso primeiro com o público jovem, especialmente com aqueles que não tinham muito espaço para ter uma porção de verde dentro de casa.

 

“As redes sociais ajudaram muito a estimular esse desejo e, com o tempo, as pessoas perceberam que não é tão difícil cuidar das plantas e que alguns tipos não ocupam muito espaço, além de resultar em bem-estar”, afirma a arquiteta paisagista Catê Poli.

 

Somar a quantidade de áreas cinza de algumas cidades, a exemplo de São Paulo, ao estresse e à correria do dia a dia também ajuda a aumentar o desejo de ter a natureza sempre próxima. Mas isso não significa investir em somente um vasinho.

 

“A ideia é reunir diferentes espécies, seja em piso, parede ou até penduradas, formando uma pequena floresta. E não pode faltar uma poltrona por perto, criando um espaço de estar, a fim de aproximar esse contato com o verde”, comenta a paisagista Bia Abreu. Cuidar da rega e da poda pode ser, em muitas situações, um momento de relaxamento e prazer.

 

“Com plantas dispostas harmonicamente, uma varanda se torna muito mais gostosa para os encontros com a família e os amigos. Além de estimular bons momentos para ler um livro, ouvir música ou simplesmente, divagar”, acredita a arquiteta e paisagista Denise Barretto.

 

Dentro do conceito da Urban Jungle não há limites na combinação das variedades de texturas, folhas maiores com menores, folhagens com frutíferas ou espécies floridas, paredes verdes com vasos. “O principal cuidado está na escolha da planta e do espaço onde ela ficará. Isso porque cada uma requer uma quantidade de luz e de água, o que precisa ser levado muito a sério para garantir um desenvolvimento saudável da espécie”, recomenda Catê Poli.

 

Em ambientes com ar-condicionado e sem luz natural, por exemplo, a atenção deve ser redobrada para garantir que as plantas estejam bem. A frequência da rega varia conforme a temperatura. Se está mais quente é preciso molhar mais – sempre de manhã, bem cedo, ou à noite.

 

“Em caso de dúvida na rega, vale conferir como está a terra. Se estiver úmida, não precisa regar de novo. Se a planta estiver ficando amarela, talvez seja por falta de água”, exemplifica Denise Barretto. É muito difícil definir exatamente quais são as plantas ideais para cada ambiente, pois convém considerar vários fatores, como umidade e insolação. Mas, de forma geral, deve-se privilegiar tipos que se dão bem em diferentes ambientes e situações, caso de samambaia, ripsalis, jiboia, dracena, pleomele verde, pacová, espada-de-são-jorge, lança de São Jorge e algumas suculentas.

 

“É preciso pensar também que o banheiro, por exemplo, possui umidade maior, além de ser quente. E é mais difícil para a planta se adaptar. Além disso, as plantas precisam ficar sempre próximas às janelas para que possam fazer a fotossíntese”, completa Catê.

 

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TENDÊNCIA por Danilo Costa | Matéria publicada na edição 113 da Revista Versatille

 

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