Em meio a humor e violência, ‘The Boys’ apresenta super-heróis e suas contradições
Batemos um papo com a equipe por trás de uma das séries de grandes sucesso de 2019
Após o termino de Game of Thrones, muita gente se sentiu órfã de uma série viciante, cheia de reviravoltas e com acenos ao universo da fantasia. Nesse contexto, The Boys chega na hora, e tem tudo para se tornar um novo fenômeno. A expectativa é tamanha que, mesmo antes de entrar no ar no Amazon Video, os produtores já haviam anunciado que uma segunda temporada já estava em produção.
The Boys é baseada nos quadrinhos de Garth Ennis. A obra de 2005 apresenta um olhar único no qual os super-heróis vivem no mundo real, com defeitos e virtudes, contradições e inseguranças como qualquer celebridade atual. Tudo em meio a doses de humor e de violência explícita.
“A idéia era meio que derrubar o mito do super-herói, sabe?”, conta Eric Kripke, produtor e roteirista da série – e também responsável por Supernatural, que encerra sua 17a temporada neste ano. “Está tudo tão grandioso hoje em dia, as pessoas só vão ao cinema assistir filmes da Marvel e outras produções no mesmo estilo – e eu adoro todos, não perco um. Mas tinha curiosidade de ver o que aconteceria se os heróis fossem colocados no mundo real, da forma mais realista possível”.
“Eles seriam super-celebridades, teriam todo o ego e a corrupção que os grandes ricos e famosos muitas vezes tem”, emenda Kripke. “E aí entra a pergunta: o que uma pessoa normal, sem grandes poderes ou recursos, como o personagem Hughie, pode fazer para se defender deles quando um super- herói faz algo errado? Foi o que me interessou nessa história”, justifica o produtor.
Os ‘Rapazes’
O sucesso da série não é nenhuma surpresa. A produção também conta com por Seth Rogen e Evan Golberg por trás das câmeras. Ambos produziram Preacher, outra série baseada nos quadrinhos de Ennis. Para Chace Crawford, ator que ficou famoso por Gossip Girl, The Boys foi um ótimo retorno à cena. “A série tem dois lados: o lado dos super-heróis e o lado dos meninos [The Boys].
Ele conta um pouco sobre seu personagem: “Eu interpreto The Deep, uma versão do Aquaman. É divertido, mesmo sendo uma sátira, temos aspectos dos super-heróis. E eu lembro que quando me enviaram os roteiros, eu pensei ‘conheço esse cara, sei como posso me divertir com isso e trazer algo diferente para ele’. Eu tinha adorado as cenas que li, e sabia que o Seth Rogen estava envolvido no projeto. Então era algo que eu tinha certeza absoluta que queria fazer”.
Apesar do estilo fantasioso, a série aborda diversos assuntos que estão presentes nas discussões sociais e politicas da atualidade. O ator Laz Alonso, que interpreta Mother’s Milk, do lado dos ‘The Boys’, admite que o teor da produção é o verdadeiro atrativo da série. “A vida real é assim. Mesmo nos piores momentos, acontecem coisas às vezes tão bizarras que você pensa ‘ninguém poderia ter inventado isso’. E isso é muito legal para explorar como ator”.
De fato, a série é repleta de momentos bizarros. Não apenas pela violência explícita de algumas cenas mas, principalmente, porque é difícil determinar quem são os vilões e os mocinhos da história, uma vez que um dos grandes diferenciais da produção é a dimensão e complexidade de seus personagens.
“É verdade, há muita gente terrível nesta série”, conta Kripke. O roteirista explica que não gosta de escrever vilões unidimensionais, rasos. “Eu não acho que alguém se olha no espelho e diz ‘sou do mal’ ou ‘vou fazer maldades hoje’. Por pior pessoa que seja, todos têm suas motivações e emoções conturbadas que fazem com que suas ações sejam más.”
Além de Crawford e Alonso, Jennifer Esposito, Karl Urban, Tomer Kapon, Dominique McElligott e alguns novos nomes que já estão dando o que falar, como Jack Quaid, Erin Moriarty e Karen Fukuhara, complementam o elenco da série. A primeira temporada de ‘The Boys’ já está disponível via Amazon Video.