Dois hotéis que merecem a sua atenção em Itacaré, na Bahia
Na Costa do Cacau, Barracuda Hotel & Villas e Txai Resorts Itacaré possuem propostas diferentes, mas ambos oferecem uma profunda conexão com a natureza
O verão no Brasil é definitivamente irresistível e, além dos brasileiros, atrai muitos visitantes internacionais, que vêm buscar aconchego nas altas temperaturas e lindas paisagens. Entre tantos destinos disponíveis num país de dimensão continental, alguns se destacam por suas peculiaridades e também infraestrutura.
A cidade de Itacaré, na Costa do Cacau, ao sul de Salvador, é um desses casos. Abundante em praias, natureza e gastronomia, está localizada a 75 quilômetros do Aeroporto de Ilhéus. Pioneiro entre os hotéis da cidade, o Txai Resorts fica em uma praia isolada e oferece infraestrutura completa para quem deseja ficar apenas por lá, já que está mais afastado do centro. Mais novo e totalmente diferente em sua proposta é o Barracuda Hotel & Villas, que abriu as portas em 2020. Viaje mentalmente, nas próximas páginas, para os dois hotéis – e pense que, felizmente, a estação mais querida do ano é longa e ainda há tempo de programar suas próximas férias neste canto da Bahia.
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Autenticidade e integração
Com ares de casa e arquitetura de tirar o fôlego, o Barracuda Hotel & Villas gera deslumbramento imediato. Localizado no alto de um morro, circundado pela natureza, o hotel harmoniza perfeitamente com a paisagem local, devido ao excelente trabalho arquitetônico de autoria da Cavani Arquitetos, com amplo uso de madeiras, treliças e fibras naturais. Convidativo ao relaxamento e bem intimista, tem apenas 17 suítes, com amplas varandas, que dão a sensação de a mata externa adentrar o quarto, assim como o azul do céu. Internamente, os quartos são minimalistas, com toques discretos de cores, com uso de tons de bege e verde.
Nas áreas sociais, o design interior remete a Itacaré, com fotos nas paredes e peças de artesanato locais, que se misturam ao mobiliário contemporâneo. Além da parte arquitetônica e da natureza onipresente, a hospitalidade também foca a conexão entre os hóspedes e a cidade. A parte gastronômica, por exemplo, é comandada por Fernando Luz, filho de pescadores, nascido e criado em Itacaré – antes de assumir a cozinha do hotel, estava no “irmão” Barracuda Boutique. Como não poderia ser diferente, a sua proposta culinária traz abundância de peixes e frutos do mar, muitos deles servidos crus, em formato de tiradito ou tartar, por exemplo, sem esquecer-se de pratos típicos baianos, como a moqueca – que tem versão vegetariana ótima, de palmito pupunha.
Focando ainda a conexão, as experiências são definitivamente aconselháveis. Imagine pegar um barco, ir até a Cachoeira do Cleandro acompanhado por um guia local, que conta tudo o que quiser saber, desde a natureza até os mitos, e tomar um banho de água bem fresca, além de admirar uma queda-d’água múltipla das mais belas. Na volta, fazer uma parada memorável na Baía de Camamu, onde o hotel monta uma tenda de muitíssimo bom gosto, e é servido, na hora, um peixe fresco na folha de bananeira. Dentro do hotel, um dos espaços especiais é o Wellness Deck, ideal para a prática de ioga e treinos funcionais, que podem ser acompanhados por especialistas, mediante agendamento, ou usufruídos sem a presença de outras pessoas.
Além do hotel, as villas são um capítulo à parte do Barracuda: ideais para grupos de amigos e famílias, unem toda a comodidade de uma casa pensada em detalhes com todo o serviço atencioso do hotel. Definitivamente, um destino para conectar-se e reconectar-se consigo próprio.
Sol, sombra e água de coco
O Txai Resorts Itacaré está mais distante do centro, com o privilégio de ter uma praia praticamente exclusiva em frente ao hotel, com pouco fluxo de pessoas. Suas 38 acomodações, divididas entre apartamentos e bangalôs, estão localizadas pelo terreno da propriedade de 92 hectares e oferecem privacidade e ares de uma pequena casa. O mais especial dos bangalôs, batizado de “premium”, tem 70 metros quadrados e fica no alto do morro, com vista para a baía e a natureza.
São três restaurantes à disposição. O dia começa com um café repleto de pratos locais, como o pão delícia, receita baiana que resulta numa massa fofa, recheada com um creme de queijo, além de tapioca e queijo coalho feitos na hora. Um deles está à beira da piscina, o que permite seguir o sol até mesmo na hora do almoço, que pode ser também com pratos pequenos, como a casquinha de siri, acompanhada por um drinque clássico, servido no cacau. Para a noite, uma boa pedida é o menu degustação de cinco etapas.
O Spa Shamash, bem afastado e silencioso, tem diversas opções de tratamentos, terapias e rituais especiais, assim como as massagens, baseadas nas tradições orientais, todas mediante agendamento. Sauna e piscina também estão à disposição dos hóspedes, assim como a sala de relaxamento.
Repleto de experiências, vale menção honrosa ao Txaitaruga, projeto de preservação de tartarugas-marinhas em parceria com o Tamar. É emocionante ver a maneira como as tartarugas são mapeadas e, dessa forma, preservadas, para garantir a perpetuação da espécie e minimizar a intervenção humana. Ver ao vivo um filhote de tartaruga a caminho do mar e dando os primeiros passos, assim como a primeira entrada na água, é lembrar-se que tudo, nesta vida, se aprende.
Por Giulianna Iodice | Matéria publicada na edição 133 da Versatille