“Eu me esforço para estar atenta e aberta para o mundo e criar a forma que se assemelha às mulheres de hoje”, diz Maria Grazia Chiuri, diretora artística da Dior Haute Couture, coleções de prêt-à-porter e acessórios femininos.

“A moda que corresponde às constantes necessidades de mudança, livre das categorias estereotipadas de “masculino / feminino”, “jovens / não tão jovens”, “razão / emoção”, que, no entanto, vêm a ser aspectos complementares. A esgrima é uma disciplina em que o equilíbrio entre o pensamento e ação, a harmonia entre mente e coração são essenciais. O uniforme do esgrimista feminino é, com exceção de algumas proteções especiais, o mesmo que para um esgrimista masculino. O corpo feminino adapta-se a um vestuário que, por sua vez, parece ter sido moldado para as suas curvas.”

Maria Grazia Chiuri é a primeira mulher a segurar as rédeas criativas na Dior. Sua perspectiva corajosamente feminina – feminista é uma palavra recorrente para ela – explora as regras de beleza moderna para transpô-las em uma coleção formada pela tensão sensual que existe entre corpo e roupas.

O New Look de Christian Dior desafiou as noções de vestir com modernidade e rigor, devolvendo às mulheres as curvas e requinte que a guerra tinha apagado; de um jeito que foi revolucionário para a época. Maria Grazia Chiuri segue a tradição da Maison Dior, colocando a mulher à frente e no centro, confundindo as previsões e questionando o que é dado por certo.

Ela explora a forma e o shape de uma silhueta que é contemporânea, ágil e olímpica; exibindo uma elegância esportiva de elite, mantendo-se dentro do alcance de cada mulher. Para um uniforme isso é tanto um elemento único quanto serial. É um lugar onde a individualidade do corpo é valorizada, e onde ele também pode-se encontrar um terreno comum com os outros.

Tendência | Matéria publicada na edição 93 da Revista Versatille