Casa adaptável: o design reflete a vida – e a vida constrói o design
Como nossas escolhas e organizações do dia-a-dia estão contribuindo para o desenvolvimento de um estilo de vida mais fluido, nômade e flexível O design reflete a vida, e a vida constrói o design, inspira a arte
Como nossas escolhas e organizações do dia-a-dia estão contribuindo para o desenvolvimento de um estilo de vida mais fluido, nômade e flexível
O design reflete a vida, e a vida constrói o design, inspira a arte e desenvolve ideias (e inovações) que ajudam a estabelecer o que chamamos de contemporaneidade, e essa é a maior graça de trabalhar nessa área. Seguindo a evolução de nossas próprias vidas, o que chamamos de casa está se tornando um conceito cada vez mais móvel. Os empreendimentos urbanos com espaços cada vez menores (e mais caros), a constante incerteza econômica, as aspirações nômades digitais e um desejo de se sentir em casa em todos os lugares colaboram para o desenvolvimento de um estilo vida mais flexível e adaptável.
Os nossos espaços internos estão se adaptando a essas novas demandas contemporâneas com soluções leves, que vão transformar essa tendência em norma para as gerações futuras.
Um apetite pela liberdade vê os Millennials mais dispostos a abraçar o estilo de vida nômade digital, escolhendo ser permanentemente móvel. Prevê-se que até 2020, 40% da força de trabalho americana será de freelancers. O que significa que os escritórios se tornarão obsoletos, e as pessoas poderão trabalhar da própria casa, em qualquer lugar do mundo, sendo muitas dessas casas móveis.
Como espécie, somos nômades e constantemente em movimento. O movimento mindfulness com consciência de que nada é fixo na natureza; tudo se move, evolui, e muda ao longo do dia, vem influenciando em grande parte nos movimentos humanos de agora.
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Como nós aprendemos que precisamos ter uma abordagem mais orgânica para mudar e nos adaptar ao mundo, em vez de combatê-lo, estamos nos cercando mais com pertences que podem adaptar-se junto com a gente e que nos acompanharão em diversas fases do nosso caminho.
É basicamente o fim do mobiliário fixo, e muitos designers compreendem esse fato como Andrea Zittel, com seus pods personalizáveis de dormir no deserto, Stefan Diez e Hay, que lançaram recentemente um projeto para práticas de escritó- rios novos, onde os alunos exploraram as necessidades dos trabalhadores para a interatividade e flexibilidade, enquanto Ikea lança uma minicozinha por menos de £150 .
Os novos mobiliários adaptáveis estão sendo projetados para multitarefas que atendem a essas novas demandas, e, de quebra, ainda acalmam as preocupações ecofriendly.
Os novos mobiliários móveis produzem menos desperdício, porque as peças funcionam em qualquer espaço e têm um tempo de vida maior. A mobília acaba se tornando então: multitasking, servindo a diferentes propósitos de uma só vez; adaptável, como cadeiras que viram mesas ou armários que abrem de diferentes maneiras; muitas vezes dobrável, sendo de uso mais fácil e com mais facilidade de transporte e podem ficar planos em segundos; e, finalmente, modular, onde a criatividade e o uso indicam a construção desses mobiliários que adaptam-se a qualquer pessoa, situação de vida ou espaço. O mundo digital, e suas influências, já começou.
Lifestyle por Érica Giacomelli Arquiteta e Designer de Interiores | Matéria publicada na edição 94 da Revista Versatille