É fato que existem diversos refúgios naturais pelo mundo, mas, quando se trata de “bonito por natureza”, o território brasileiro é sem comparação. Em particular, a cidade em que o nome já é autoexplicativo: Bonito, em Mato Grosso do Sul. O destino é repleto de atrações de natureza e aventura, e também referência em turismo responsável no que diz respeito à preservação, organização e segurança. Um bom exemplo é que, para acessar os passeios, é necessário adquirir, por meio das agências, o voucher único, instituído em 1995 pelo Conselho Municipal de Bonito a fim de garantir maior controle tributário e estatístico das empresas de viagem e da visitação no município.

 

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“Ao se tratar de um ambiente tão maravilhoso e, ao mesmo tempo, tão sensível, era necessária alguma forma de organização. Desde os primeiros movimentos de estruturação do sistema de gestão turística da cidade, os empresários e a prefeitura da época tiveram essa percepção. Em 1992, tivemos o primeiro curso de guia de turismo realizado em parceria com o Sebrae e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Foi um processo muito importante ao longo do tempo”, conta Juliane Salvadori, secretária do Turismo, do Comércio e da Indústria de Bonito.

 

Ainda em 2022, será implementada uma taxa ambiental, que terá renda revertida para projetos realizados em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente, que envolvem questões de resíduo sólido, educação ambiental, córregos urbanos, entre outros aspectos da organização da cidade. “Não tem como ser de outra maneira. São atrativos que demandam um monitoramento ambiental, manutenção de deque, de trilha, equipamento, restaurante… É necessária toda uma estrutura além, de ter acesso à natureza e estar em contato com aquele ambiente puro, com tudo organizado e com segurança”, explica Juliane.

 

Confira, a seguir, um guia de hospitalidade, atrações turísticas e gastronômicas de Bonito.

 

Promenade Bonito All Suites

 

O novo hotel da Rede Promenade, inspirado no estilo “on road” – beira de estrada –, é o quê de modernidade que faltava em Bonito. Apesar de sua estrutura requintada que chama a atenção, o estabelecimento não destoa da arquitetura local, composta de construções baixas. As 78 suítes de 30 metros quadrados estão concentradas em apenas dois andares, em meio a longos corredores. Cada acomodação constitui um quarto amplo com minicopa, mesa para refeições, área de serviço, ar-condicionado, cama e bicamas, smart TV 4k com acesso a streaming, além de amenities biodegradáveis. Dez suítes foram especialmente projetadas para atender hóspedes com necessidades especiais.

 

 

Nas áreas comuns, piscinas infantil e adulta ao ar livre, sala de massoterapia e coffee shop. Um plus é que se trata de uma propriedade pet friendly. A experiência se completa com café da manhã em sistema de bufê e restaurante que oferece menu à la carte – que contempla diversos sabores locais –, sob a supervisão e curadoria gastronômica do chef Bruno Hamad. Além de todo o conforto, uma das principais vantagens do estabelecimento é a localização privilegiada: a poucos metros do hotel está o centro da cidade, com restaurantes, bares e lojas de artesanato. A hospedagem também está situada a menos de 30 minutos de distância do aeroporto e a menos de uma hora das principais atrações turísticas. Os funcionários, por sua vez, estão sempre a postos para auxiliar os hóspedes com muita gentileza.

 

Flutuação no Rio da Prata

 

O passeio oferece uma verdadeira imersão na beleza e biodiversidade de Bonito. O roteiro se inicia com uma trilha guiada em meio a mata ciliar dos Rios Olho-d’Água e Prata, protegida pela categoria de unidade de conservação RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural). Ao chegar à nascente do Rio Olho-d’Água – uma imensa piscina natural de águas cristalinas –, o guia auxilia os visitantes a se equiparem com máscara e snorkel e treinar a flutuação (que é simplesmente boiar de cabeça para baixo observando o rio da superfície). Após o treinamento, a suave correnteza leva os flutuadores a um passeio em um mundo subaquático, habitado por dezenas de espécies de peixes e plantas. São cerca de 1,7 quilômetro de percurso pelo Rio Olho-d’Água, até seu encontro com o Rio da Prata. A partir desse ponto, chamado de “Barra”, a flutuação segue pelo Rio da Prata por mais 600 metros. A programação é finalizada na sede Recanto Ecológico Rio da Prata com um delicioso almoço tipicamente sul-mato-grossense.

 

Circuito de cachoeiras na Estância Mimosa

 

Na Estância Mimosa, a ideia é renovar as energias ao se conectar profundamente com a natureza. Pequenos grupos de visitantes são acompanhados por um guia de turismo especializado durante um percurso de 2.800 metros de trilha que passa por leitos de riachos secos, passarelas e dez cachoeiras de tamanhos e formas variadas com pontos específicos para banho e até uma plataforma de salto. Em meio ao trajeto, é possível observar diferentes espécies de animais e de vegetação. Já que a Estância Mimosa também é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, o ambiente limpo, privativo e conservado é garantido.

 

 

Gruta do Lago Azul e Gruta do Mimoso

 

A Gruta do Lago Azul é um dos cartões-postais de Bonito. O passeio por uma das maiores cavidades inundadas do planeta é contemplativo e se inicia com uma trilha de 200 metros até sua entrada. Para chegar às águas cristalinas – a cor azulada é fruto da incidência do sol junto a outros fatores, como a localização da gruta e a presença de minerais no fundo do lago –, é preciso descer uma escadaria íngreme de aproximadamente 300 degraus, na companhia de um grupo pequeno e de um guia profissional, com os equipamentos de segurança necessários.

 

 

A Gruta do Mimoso é a mais nova atração de Bonito, inaugurada oficialmente no dia 2 de janeiro. Embora ofereça segurança máxima – visto que passou a receber turistas após mais de dez anos de estudos e procedimentos de licenças de instalação e operação –, as experiências que a cavidade oferece são para os corajosos. Nela, é possível fazer flutuação (aberta ao público em geral) e mergulho (modalidades diferentes para credenciados e aqueles sem certificação) no lago, que chega a atingir até 70 metros de profundidade. O que pode intimidar alguns visitantes é simplesmente o medo daquilo que não se pode ver, já que, diferentemente do Rio da Prata, a atividade é feita em meio à escuridão, com o auxílio de lanternas. A sensação de receio pré-flutuação é facilmente esquecida após a adrenalina sentida ao se aventurar no mistério. A programação ideal é visitar primeiro a Gruta do Lago Azul – para ter o gostinho do que há por vir – e deixar a Gruta do Mimoso por último.

 

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Casa do João e Juanita

 

 

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Ambos restaurantes típicos de Bonito, Juanita e a Casa do João são visitas indispensáveis. No primeiro, a cozinha mescla elementos paraguaios com brasileiros, a partir de ingredientes frescos. Os pratos mais conhecidos são o pacu na brasa, tirinhas de jacaré crocante e o costelão de angus assado no bafo por oito horas. Já o segundo serve receitas típicas da culinária pantaneira com uma variedade de peixes, carnes e pratos veganos. O espaço é extremamente convidativo, tem música ao vivo e um charmoso minimuseu com artefatos antigos do dono e da história da cidade. 

 

Por Laís Campos | Matéria publicada na edição 125 da Versatille