A moda dá adeus ao mestre Emanuel Ungaro
Estilista francês morreu aos 86 anos em Paris
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O estilista francês Emanuel Ungaro morreu aos 86 anos, no sábado (21/12). Ungaro fez grande sucesso entre os anos 1980 e 90 com roupas de modelagem sexy e cores fortes, que desenhou para a marca própria. Seu estado de saúde não era bom há cerca de dois anos, mas ainda assim a família não revelou a causa da morte.
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Editorial de moda com o estilista
“Detesto ver mulheres vestidas de um jeito triste”, justificou ele, que foi discípulo de Cristóbal Balenciaga, com quem disse ter aprendido sobre rigor e perfeccionismo. Vestidos plissados, com mistura de estampas, justos no corpo e de ombros bufantes, ou de um ombro só, criados por ele, ajudaram a definir a silhueta e as cores dos anos 1980 na moda.
“A Maison que fundou em 1965, e que até hoje leva seu nome, chora este costureiro de imenso talento. Ele continua na nossa memória como o mestre da sensualidade, da cor e da extravagância”, diz o post no Instagram da marca que ele vendeu em 2005 para um empresário do Vale do Silício. Pelas redes sociais, modelos importantes da época lamentaram a morte do estilista.
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Emanuel Ungaro
“Emanuel era um homem bonito, refinado e generoso. De coração elegante, ele amava as mulheres, que o fizeram se sentir bem. Ele foi um dos maiores criadores de sua geração, que permanecerá na história da moda… Sempre uso suas roupas, que são atemporais, sublimes em suas cores e sua fantasia… Obrigada, querido Emanuel, por ter sido o amigo que você foi; você está em meus pensamentos e em meu coração”, escreveu a atriz e ex-modelo Marisa Berenson.
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Emanuel Ungaro com Marisa Berenson
“Estou muito triste por saber da morte de Emanuel Ungaro… Ele foi uma pessoa muito importante na minha carreira de modelo. Quando vim à França para desfilar, ele me recebeu de braços abertos em sua maison de alta costura. Ele amava as mulheres e sabia como destacá-las. Ele conhecia a arte de misturar estampas e cores como nenhum outro. Ele era um mestre absoluto do drapeado – sem esquecer que essas roupas tornavam as mulheres sensuais, irresistíveis. Sempre me senti sublime nessas peças e, a cada desfile, ele incentivava suas modelos dizendo: “Faça seu show!”. Foi ele quem me disse: ‘Cristina, não usamos roupas, moramos nelas’. É tão verdade…”, escreveu a ex-modelo Cristina Cordula, hoje apresentadora e consultora de moda.
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Cristina Cordula em desfile de Ungaro
“Foi uma grande honra trabalhar para você e Laura. Vejo essa foto novamente; desfilei como noiva. Cheguei ao número 2 da Avenue Montaigne para um estágio de verão aos 17 anos e nunca saí. Servi tudo e não disse não a ninguém, para assim me tornar essencial (e não voltar a estudar). Você era a minha escola mais bonita. Poesia flutuava ao seu redor – especialmente aquela de Rene Char. Um ateliê com notas de Mozart, onde a verdadeira elegância reinou – o que não existe mais. Você era de Aquário, senhor, e nós, aquarianos, adoramos estar no ar… Provavelmente era hora de voar com o coração leve. Aqui eu mantenho o coração muito pesado, como muitas mulheres, as flores, os pois, a musselina drapeada, as rendas e as cores da Índia e do Marrocos. E tantas memórias eternas. Adeus, monsieur”, postou a estilista da Baby Dior Cordelia de Castellane.
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Cordelia de Castellane em desfile de Ungaro
Fotos: Reprodução Instagram