Em 1822, precisamente dois séculos atrás, foi fundada a Locanda Pagano, primeira e mais antiga hospedagem da ilha de Capri, na Itália, e que mais tarde se tornou o icônico Hotel La Palma. O primeiro dono da propriedade foi Giuseppe Pagano, um arquiteto italiano conhecido por sua participação no movimento da arquitetura racionalista (tendência introduzida na Europa no início do século 20, que resgata os princípios da estética do cubismo até o fim da Segunda Guerra Mundial). 

LEIA MAIS:

• 8 passeios especiais para fazer no Dia da Imigração Japonesa
• Para o grupo de hotéis La Réserve, luxo é antecipar as vontades dos clientes
• Para sonhar: Regent Seven Seas Cruises lança roteiro de volta ao mundo de 150 noites

Na charmosa vila, o proprietário recebia viajantes que incluíam artistas, poetas, escritores, arquitetos, pintores e músicos com os quais costumava ter longas conversas. Como forma de gratidão, os hóspedes deixavam no espaço um pouco de sua identidade ao pintar paredes, escrever poemas, cantar e tocar músicas. Era comum, inclusive, que artistas deixassem obras de arte na propriedade em vez de pagar a conta. Assim, o hotel passou a atrair um coletivo de criativos de todo o mundo, que eram inspirados pelo espírito do local e encantados pela atmosfera acolhedora do Locanda Pagano. Não à toa, ele foi apelidado de “hotel dos artistas”.

Em fevereiro de 2021, a Oetker Collection anunciou a reforma do La Palma, de propriedade da Reuben Brothers e, em agosto deste ano, o histórico Locanda Pagano reabrirá como a primeira propriedade do grupo hoteleiro na Itália. 

“Simplesmente não consigo pensar em nada mais emocionante do que a perspectiva de abrir uma verdadeira obra-prima em um dos destinos mais bonitos e glamourosos do mundo – a ilha de Capri. Será uma homenagem a La Dolce Vita e ao legado dessa localização lendária ao reinventar o Hotel La Palma para estar mais uma vez no epicentro da vibrante cena social da ilha”, comenta Timo Gruenert, CEO da companhia.

Um ícone moderno

Descontraída e elegante, Capri é uma ilha na baía de Nápoles, na península de Sorrento, famosa por sua paisagem acidentada, restaurantes icônicos, lojas de luxo e visitantes ilustres como escritores, dignitários, membros da realeza e celebridades. Desde a década de 1950, o local atrai essas personalidades, e, apesar de possuir muita história, está sempre se reinventando e refletindo o espírito do Mediterrâneo na região da Campânia de forma contemporânea. O acesso à ilha é feito por via aérea ou marítima. 

Para fazer jus ao ambiente onde está inserido, o La Palma foi transformado completamente com base em uma interpretação de design moderna do histórico Locanda Pagano. Ainda mais exclusiva, a hospedagem, que possuía 80 quartos, agora apresenta apenas 50 – incluindo 18 suítes –, cada um com uma varanda ou um terraço privativo. 

Área da piscina reformada (Divulgação)

O projeto dos ambientes internos foi concebido por Francis Sultana em colaboração com Francesco Delogu, da Delogu Architects. Sultana é um dos principais designers de interiores e móveis do mundo e já trabalhou em construções residenciais e comerciais. Seu ateliê está sediado na região de St Jame’s, em Londres, no mesmo edifício da galeria de arte contemporânea David Gill Gallery, onde também é diretor artístico. O britânico é reconhecido por sua capacidade única de mesclar os elementos básicos de um espaço doméstico com peças de arte, esculturas e instalações em grande escala. Sutana frequenta Capri há décadas e tem enorme admiração pelo local, seu povo e sua cultura. 

Com a verdadeira essência italiana, o Hotel La Palma será um deleite gourmand. O restaurante, o bar e o terraço estarão sob a direção culinária do chef Gennaro Esposito, um nome célebre na região. Há 23 anos, ele comanda o próprio estabelecimento com duas estrelas Michelin, chamado Torre del Saracino. 

Em memória aos anos 1950 em Capri, o chef irá se inspirar no romance (típico da época, mas atemporal), bem como na contemporaneidade e agitação do local, que fogem da formalidade, para servir uma gastronomia italiana autêntica e despretensiosa no restaurante do hotel. A localização já garante um after sem erros na Taverna Anema e Core, night club mais famoso da ilha, que está bem ao lado. Outro destaque será o Bianca, um restaurante e bar glamouroso construído no rooftop com vistas espetaculares para o mar e a vila de Capri, que permanecerá aberto até tarde. No hotel, também haverá uma nova piscina com deque e um bar elegante que homenageia a “Capri clássica”, da época de ouro. 

Novo lobby do hotel (Divulgação)

A uma curta distância de carro da costa sul da ilha está situado o La Palma Beach Club, na Marina Piccola, que abriga as praias e restaurantes mais famosos do local. Além de aproveitar toda a suntuosidade do espaço, será possível saborear almoços do chef Esposito e coquetéis refrescantes ao pôr do Sol. Aberto a não hóspedes, o beach club poderá receber visitantes de hotéis vizinhos e até aqueles que chegarão de iate. Já de volta ao hotel, a propriedade conta com spa com três salas de tratamento, sauna, banho turco e ice shower, espaço de relaxamento, centro fitness, bem como três butiques. 

LEIA MAIS:

• Entre o Rio Tejo e o Algarve, uma grata surpresa
• Por dentro da Montblanc Haus, um museu que inspira a escrita
• Hotel Akelarre, em San Sebastián, oferece experiências gastronômicas e culturais

A localização privilegiada garante ainda mais lazer e belezas para contemplar. Situado no coração pulsante de Capri, ao virar a esquina da famosa Praça Piazza Umberto I – conhecida como a Piazzetta –, o La Palma permite fácil acesso a alguns dos principais pontos turísticos da ilha: os jardins botânicos Giardini di Augusto, a deslumbrante trilha Via Krupp, a construção histórica La Certosa e o icônico trio de esporas rochosas Faraglioni. Outro destino de natureza imperdível é a Grotta Azzurra (a Gruta Azul), uma caverna marinha onde é possível observar o azul brilhante das águas por conta da luz do sol que passa por uma cavidade subaquática. O destino ideal para o verão europeu que se aproxima. 

Por Laís Campos | Matéria publicada na edição 126 da Versatille