Nova edição da Versatille apresenta editorial pautado na força feminina

Giselle Itié, Carima Orra, Catherine Petit e Sofia Derani ilustram as imagens com suas peronalidades marcantes

As convidadas do editorial da primeira edição de 2022 da Versatille
As convidadas do editorial da primeira edição de 2022 da Versatille (Gabriel Bertoncel)

Existe quem diga que o termo “empoderamento feminino caiu na banalidade, justamente pelo uso constante nos últimos anos. Mas algo tão importante não deve ser banalizado; afinal, presenciamos um momento histórico para a mulher, que finalmente está vendo soluções – ou iniciativas – para começar o reparo de situações, diferenças e injustiças enraizadas há muito tempo na sociedade. O avanço, no entanto, não acontece do dia para a noite, muito menos sem ações que partem das próprias mulheres. 

 

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Para o editorial da edição, quatro mulheres ilustram as fotos: Giselle Itié, Carima Orra, Catherine Petit e Sofia Derani. Donas de personalidades singulares e atuantes em diferentes causas, cada uma delas foi clicada em São Paulo, deixando transparecer um pouco do que são na vida real. Confira entrevistas e fotos na sequência. 

 

Giselle Itié

 

A atriz, filha de pai mexicano e mãe brasileira, soma telenovelas e filmes nacionais e estrangeiros em sua trajetória. Em 2020 teve seu primeiro filho, Lucca, o que acrescentou mais uma pauta em sua vida, a da maternidade real. Espontânea e “sincerona”, Giselle frequentemente traz, em sua conta do Instagram (@gitie), legendas reflexivas e, de certa forma, provocativas. Tendo como uma de suas causas principais a igualdade de gênero, utiliza seu protagonismo e sua visibilidade como uma forma de espalhar a mensagem. Ao ser questionada sobre o que a inspira, responde que são os próprios sonhos, que a motivam a seguir em frente. 

 

Giselle itié posa para o editorial

A convidada do editorial, Giselle Itié (Gabriel Bertoncel)

 

Versatille: Qual é seu propósito de vida?

Giselle Itié: Sempre estar atenta em ecoar a igualdade de gênero. Outro ponto é a minha própria desconstrução, já que eu também fui criada e educada nesta sociedade patriarcal. Ao mesmo tempo, como atriz, é levantar projetos artísticos com esse tema, para colaborar. 

 

Gisele itié posa para o editorial

(Gabriel Bertoncel)

 

V: De onde vem sua força?

GI: Principalmente do meu passado. De todas as situações que atravessei na vida e que, de certa forma, me transformaram. E, muito importante, de todas as mulheres fortes da minha família, que tenho como exemplo.

 

V: O que faz para recarregar as energias?

GI: Entro em contato com a natureza, pratico meditação e também me exercito, para mergulhar na endorfina. São três ações que me fazem bem. 

Carima Orra

 

De energia única, que transmite paz, Carima fez pedagogia e é formada em educação. Depois que casou e engravidou – tem três filhos, de 6, 4 e 2 anos –, passou a atuar como gestora de pessoas. No Instagram, ampliou sua voz (atualmente, em sua conta @carimaorra, contabiliza mais de 215 mil seguidores), é muçulmana e uma de suas principais pautas é sua religião, além da maternidade. É também empreendedora, e fundou a marca de brinquedos infantis Bali Toys.  

 

Carima Orra posa para o editorial

A convidada do editorial, Carima Orra (Gabriel Bertoncel)

 

Versatille: Qual é seu propósito de vida? 

Carima Orra: Atualmente, meu propósito é crescer cada vez mais profissionalmente, assim como meu conteúdo, pois muitas pessoas têm preconceito com a minha religião. Esse acaba sendo um papel muito importante, pois os muçulmanos tinham muito pouca voz e, agora, nós conseguimos ter contato direto com o público.

 

Carima Orra posa para o editorial

Carima Orra posa para o editorial da edição 124 da Versatille (Gabriel Bertoncel)

 

V: De onde acredita que vem sua força? 

CO: Meu pai sempre disseminou a religião de forma aberta, sempre esteve em todos os congressos, e sempre me levava junto. Eu sempre gostei de fazer isso e acompanhá-lo, então não é algo que aconteceu de uma hora para outra, embora a Internet tenha me dado essa abertura; foi muito degrau por degrau. É um passo a passo, contínuo.   

 

V: O que faz para recarregar energias? 

CO: Sempre priorizo a minha família e os meus  filhos; o meu trabalho mais importante é ser mãe e estar com eles. O celular mesmo, nos fins de semana, eu uso muito pouco, pois, se deixar, consome todo o meu dia, estou sempre respondendo a alguém. 

 

Catherine Petit

 

A francesa Catherine é diretora-geral da Möet & Henessy para o Brasil, país que já conhece há tempos, precisamente desde 2007. Sua posição envolve a operação e distribuição de todo o portfólio, assim como “olhar” a adega brasileira da Chandon. Na pandemia, repensou muitos aspectos de sua vida. Como contou, acha fundamental retribuir para a sociedade.  

 

Catherine Petit posa com blazer preto

A convidada do editorial, Catherine Petit (Gabriel Bertoncel)

 

Versatille: Qual é seu propósito de vida? 

Catherine Petit: Com a pandemia, consegui refletir bastante sobre isso. Eu tenho uma vida feliz, um filho maravilhoso, uma carreira que está indo bem, mas, aqui no Brasil, é muito importante retribuir. Meu propósito é crescer, pois sigo feliz profissionalmente, mas também tento balancear a vida pessoal e profissional. O que me inspira muito é a parte de retribuição. Eu fico muito feliz com os novos valores, e é justamente o momento de devolver. Uma coisa que me tocou muito, quando voltei para o país, em 2020, foi a percepção de que a sociedade está se tocando mais com assuntos do tipo e a situação da mulher. Muitas mulheres falam que eu inspiro elas, e isso significa que a gente pode tudo. Nos últimos anos, a pauta está em alta por aqui, e eu quero mostrar que é possível.

 

Catherine Petit posa segurando blusa branca

(Gabriel Bertoncel)

 

 

V: De onde vem sua força? 

CP: Eu sou muito competitiva. Me dei conta bem cedo que não é igual para homens e mulheres, mesmo na França, então eu sempre fui atrás, estudei, persegui desafios, viajei bastante e criei meu filho quase sozinha. Tudo isso dá uma atipicidade, demonstra que é possível enfrentar desafios, que sempre irão ter barreiras e que não se deve desistir. O Brasil me inspira muito, eu gosto do otimismo do povo brasileiro, de, em vez de ficar deprimido, como na França, aqui é “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, como aquela música. Eu fiz isso na minha vida. A sociedade é bem patriarcal, mas nós temos de fazer a nossa parte.  

 

V: O que faz para recarregar as energias? 

CP: Eu adoro praia, gosto muito do mar, da natureza, então, quando estou cansada, eu tento dar uma fugida. Eu faço yoga, e isso me ajuda muito a externar os problemas e focar no exercício.  

Sofia Derani

 

As fotos de Sofia foram feitas na semana de seu casamento – pela energia dela, é nítido que a felicidade transbordava. Ela é uma das fundadoras da Arcah, ONG que há oito anos prega o amor ao próximo por meio de ações: o resgate de pessoas em situação de rua e a reinserção na sociedade, por meio de acompanhamento psicológico, trabalho e ensino. Colecionadora de arte desde os 14 anos, tem o projeto Shot de Arte, transmitido diretamente em seu Instagram (@soderani), no qual visita exposições, artistas, festivais com o objetivo de aproximar o público do universo que adora.  

 

Sofia Derani posa vestindo blazer de plumas

A convidada do editorial, Sofia Derani (Gabriel Bertoncel)

 

Versatille: Qual é seu propósito de vida? 

Sofia Derani: Em primeiro lugar é ter Deus dentro do meu coração. Sempre deixo Ele guiar a minha vida. Mas eu sempre quero fazer a diferença na vida das pessoas; este é o meu maior propósito, que eu possa sempre tocar a vida dos outros de uma forma diferente. Seja pela Arcah, seja mostrando artistas que eu valorizo, que o mundo não tenha notado, pois arte, para mim, é vida. 

 

Sofia Derani posa de perfil

Sofia Derani posa para o editorial da edição 124 da Versatille (Gabriel Bertoncel)

 

V: De onde vem sua força? 

SD: De Deus. Eu sou evangélica e leio a Bíblia desde criança, e é essa luz que me motiva, essa sede. Jesus foi esse guia, de deixar a bondade no mundo, de gerar amor, e acho que a gente tem de seguir esse exemplo.  

 

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V: O que faz para recarregar suas energias? 

SD: Eu fico com as pessoas que amo. Para me recarregar, eu preciso estar com eles, com a minha família, e justamente é a hora que fico mais quieta. Eu me reúno e deixo eles falarem, fico ali só curtindo, ouvindo histórias gostosas, dos meus pais e da minha  irmã. Todos os dias eu também oro. 

 

Por Giulianna Iodice | Matéria publicada na edião 124 da Versatille

 

Fotos: Gabriel Bertoncel

Tratamento de imagem: Robson Baptista

Edição de moda: José Barbosa

Produção executiva: Kariny Grativol

Maquiagem: Pablo Félix

Hair: Kaique Marques

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