Laurent Lecamp, da Montblanc, compartilha insights sobre o mercado de relógios

O novo diretor da divisão de relógios da grife alemã acredita que o momento é ideal para apresentar inovações

Laurent Lecamp, da Montblanc, compartilha insights sobre o mercado de relógios
Laurent Lecamp, novo diretor da divisão de relógios da Montblanc (Divulgação)

A entrada de Laurent Lecamp na divisão de relógios da Montblanc aconteceu há pouco tempo, mas sua bagagem no universo dos ponteiros e engrenagens data de 2005. Ao longo de sua carreira, o executivo acumulou passagens por importantes marcas que se destacam nos mercados europeu e asiático. Desde janeiro deste ano à frente da Montblanc, como diretor da divisão de relógios, Lecamp assume um papel de autoridade em uma marca de presença mundial – e que também é líder no mercado brasileiro entre as marcas do grupo Richemont.

 

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Foi durante a Watches & Wonders 2021, realizada em formato virtual, que Lecamp concedeu uma entrevista para a Versatille. Ainda em adaptação a todo o universo que a grife fornece em sua gama de produtos, sua participação na coleção apresentada em 2021 ainda foi discreta. Porém, ele demonstra muito empenho para colocar em prática toda a bagagem conquistada nos últimos 15 anos. Confira trechos da conversa.

 

Versatille: Antes da Montblanc, você estava na Carl F. Bucherer. Portanto, talvez ainda não esteja completamente familiarizado com o mercado brasileiro. O que você sabe sobre o Brasil e como você vê nosso mercado?

Laurent Lecamp: Eu tive alguns clientes brasileiros no passado e fiquei muito surpreso com o alto nível de conhecimento desses colecionadores. O que eu observo é que o Brasil gosta muito de cores: azul, verde… São consumidores que adoram o que é vivo. Por isso tenho confiança nos relógios que estamos apresentando ao mercado, pois a meu ver estão cheios de vida.

 

V: Falando sobre este momento de fim de pandemia, você acredita que os lançamentos de relojoaria foram mais conservadores neste ano?

LL: Na verdade, acredito que este seja o momento ideal de tentar algo novo e, quando tudo isso passar, apresentar inovações para o mercado. Um de nossos lançamentos para 2021 tem seu verso totalmente trabalhado a laser. Poderíamos seguir para algo muito mais tradicional, mas optamos por ir além. É hora de ser criativo e assumir o risco. O papel da relojoaria suíça é oferecer a inovação, pois, sem ela, não podemos seguir em frente.

 

V: O que você espera do consumo de relojoaria num mundo pós-pandêmico?

LL: Acredito que teremos um aumento, como nas outras áreas do luxo. Com as viagens restritas, muitas pessoas ainda não conseguem ir às compras. Tenho amigos e conhecidos que adorariam poder viajar no momento. E, tão logo as fronteiras abram, eles pretendem retomar as atividades e fazer compras novamente. E é justamente por isso que temos de inovar agora, nos momentos difíceis. Quando essas novidades chegarem ao mercado, os riscos poderão ser apreciados e avaliados. 

 

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