Jill Biden, Kamala Harris e a mensagem de união nos looks da cerimônia de posse
Entenda o significado por trás de cada look usado pela primeira dama e pela vice-presidente dos EUA durante a posse de Joe Biden e a inauguração do memorial da covid-19
Muito além da estética, a moda também pode ser analisada como um símbolo político. É o caso dos looks usados pela primeira-dama norte-americana Jill Biden e a vice-presidente Kamala Harris durante a cerimônia de posse do presidente Joe Biden, nesta quarta-feira (20), e a inauguração do memorial da covid-19 em Washington D.C., na noite de terça (19).
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A equipe da Versatille analisou as roupas usadas por Jill e Kamala, bem como os designers que as assinam.
Jill Biden
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Durante a cerimônia de posse, a primeira-dama usou vestido e sobretudo azuis, da marca nova-iorquina Markarian, assinado por Alexandra O’Neill, 34, designer em ascensão na cena. Com corpete de chiffon e saia recortada, o vestido foi finalizado com pérolas e cristais Swarovski na gola.
Entre os acessórios, ela optou por uma bolsa de Tyler Ellis, saltos de Jimmy Choo e uma máscara com a mesma cor do vestido, representando “confiança e estabilidade”, segundo comunicado enviado à imprensa norte-americana.
O look foi produzido por uma pequena equipe da marca em Nova York e finalizado à mão pela própria Alexandra, que declarou se sentir “lisonjeada por fazer parte de um momento histórico”.
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Na noite de inauguração do memorial da covid-19, Jill usou casaco e vestido do jovem designer Jonathan Cohen, da coleção “Unity” (“unidade”, em tradução livre). A cor roxa de ambas as peças pode ser vista simbolicamente como o objetivo de unificar o país, por ser a combinação entre o vermelho, do Partido Republicano, e o azul, do Democrata.
Com pais mexicanos, Jonathan nasceu e cresceu em San Diego, na Califórnia. Após se mudar para Nova York, entrou em contato com tendências modernas que remodelaram suas inspirações e seu estilo. O estilista conheceu sua parceira de negócio, Sarah Leff, enquanto estudava na Parsons School of Design. Juntos, eles lançaram a marca Jonathan Cohen em 2011.
O designer considera seu trabalho um fruto da herança cultural e de suas origens, em San Diego. Estampas e cores tradicionalmente mexicanas podem ser vistas com abordagens modernas em suas criações. Jonathan ainda tem um ateliê de flores.
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Kamala Harris
Durante a posse de Joe Biden, Kamala vestiu um casaco roxo assinado por Christopher John Rogers, novo estilista do momento, que recebeu em 2020 o título de “Designer Revelação do Ano” pelo Conselho de Designers de Moda da América. A cor da peça remete, mais uma vez, à ideia de unificar os Estados Unidos, que foi destacada na ocasião.
A escolha do criador da peça também está carregada de significado. Negro e queer, Christopher, 27, prioriza a diversidade em suas produções, trazendo modelos de diferentes idades e raças para os desfiles. Tal linha de pensamento se assemelha aos ideais e valores defendidos pela nova Casa Branca.
Na noite de terça-feira (19), Kamala usou um casaco do designer negro Kerby-Jean Raymon, proprietário da marca Pyer Moss. Nomeado em setembro de 2020 como diretor criativo da Rebook, o estilista de 33 anos é filho de imigrantes haitianos e cresceu no bairro de Flatbush, no Brooklyn, em Nova York. Desde os 12 anos sonhava em se tornar um designer, o que se consolidou em 2013, quando Rihanna foi fotografada usando uma peça de sua assinatura. No mesmo dia, Kerby lançou oficialmente a Pyer Moss.
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A escolha de Kamala Harris, primeira mulher negra a conquistar a vice-presidência dos Estados Unidos, definitivamente não foi uma causalidade.
Além de ser conhecido pelo seu trabalho com propósito social de exaltar a cultura negra, Kerby exerceu um papel importante na luta contra a covid-19. Em março de 2020, o estilista transformou seu escritório em Nova York em um centro de doação de EPIs após sua irmã, que atua na área da saúde, contrair a doença. Ele também comprometeu-se em destinar US$ 50 mil para empresas independentes pertencentes a mulheres e outros grupos minoritários com dificuldades financeiras, segundo o site WWD. O designer doou ainda US$ 5 mil para a compra e distribuição de produtos de higiene, como luvas e máscaras.
Por Laís Campos e Mattheus Goto