O impacto do coronavírus no mercado de luxo

Como os setores de bens de luxo estão lidando com a aceleração da infecção respiratória ao redor do mundo

O surto do coronavírus está abalando o mercado de ações no mundo todo – e o luxo não escapou dos abalos provocados pela epidemia de infecção respiratória que tem seu epicentro na cidade chinesa de Wuhan. É muito cedo para que os efeitos sejam vistos nas lojas físicas ao redor do mundo, mas os investidores do setor já estão em alerta.

 

 

É que a disseminação do vírus afeta de forma mais intensa as ações de marcas de luxo que têm venda concentrada na China – no caso da Burberry, famosa pelo xadrez dos forros de trench-coats, 16% das vendas vêm de lá. Resultado: a marca perdeu 4,6% no mercado de Londres no início da terça-feira (28/01). As ações da LVMH, dona da Louis Vuitton e da Fendi, caíram 4,5% desde a segunda-feira. Já a controladora da Gucci e da Balenciaga, Kering, caiu 5%, enquanto a Richemont, fabricante de relógios Cartier, caiu 6%.

 

 

O surto coincidiu com a chegada do Ano Novo Chinês, celebrado no dia 25 de janeiro. Os chineses não só estão comprando menos no mercado interno durante a importante temporada de compras de Ano Novo, como também estão, em alguns casos, impedidos de viajar ao exterior – viagens nas quais costumam comprar produtos de luxo –, já que diversos países cancelaram as rotas de avião para a China, especialmente para Wuhan, que está isolada para controle do surto. Dados da consultora Bain & Co. indicam que os clientes chineses – comprando em casa e no exterior – responderam por 90% do crescimento do mercado de artigos de luxo em 2019.

 

 

Os analistas do Banco Real do Canadá (RBC) estimaram que uma queda de 10% no consumo chinês se traduziria em um impacto nos lucros anuais de até 4% na receita das empresas de luxo.

 

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Por Maria Alice Prado
Foto: Reprodução @instagram

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