Uma banana nanica in natura, presa à parede por uma silver tape, vai virar obra de museu. A doação ainda é anônima e o nome do museu tampouco foi revelado. “Comedian” é o nome da obra, assinada por Maurizio Cattelan – o mesmo criador de “America”, a polêmica privada feita de ouro 18 quilates, roubada de uma exibição na Inglaterra em setembro.

Exposta pela Galeria Perrotin na Art Basel Miami, duas versões da “duct-taped banana” foram vendidas por 120 mil dólares para coleções particulares, e uma terceira edição – a que vai ser doada – alcançou 150 mil dólares.

Justamente por não ter sido vendida a preço de banana, “Comedian” virou a maior atração da feira, e teve que ser retirada no domingo (8/12), último dia de exibição, porque o volume de pessoas em torno dela tornou-se perigoso para a segurança de outras obras e de stands vizinhos. Antes disso, porém, houve espaço para mais notícia.

“Comedian”, de Maurizio Cattelan

Duas intervenções igualmente polêmicas aconteceram no sábado (7/12): um artista chamado David Datuna retirou a banana da parede e a comeu em frente às câmeras daqueles que estavam presentes na “fila da banana”. “Estava com fome”, disse ele, que postou o vídeo da performance artística, chamada de “Hungry Artist”, em seu perfil no Instagram. Em seguida, no espaço vazio, apareceu uma frase: “Epstein não se matou” – que logo foi apagada da parede. A banana foi então substituída. E a internet adorou o tema: a banana virou meme, e foi reproduzida em dezenas de versões; a maioria delas reunidas no perfil @cattelanbanana.

“Comedian” é, assim como “America”, uma crítica ao mercado de arte. O que faz a peça “valer” mesmo é o seu certificado de autenticidade, que vem com instrução de como prender a fruta in natura na parede – o que deve acontecer com uma certa frequência. Confira alguns memes e anúncios de marcas que se aproveitaram da situação.