O design e a moda não reconhecem fronteiras. Por isso, produtores e marcas nacionais ambicionam levar as suas criações a públicos no exterior. No universo das joias, a Julls faz esse meio-campo.

Com Debora Lucki e Camilla Guimarães à frente do negócio, a Julls funciona como uma empresa de curadoria e posicionamento de joalherias brasileiras no exterior, especialmente em multimarcas de renome global, como Bergdorf Goodman, Barneys e Net a Porter, gigantes do varejo de luxo americano.

Brincos de Cynthia Tomi [foto: divulgação]

No início da junho, as sócias volta a Nova York e apresenta 10 marcas de design autoral para buyers de gigantes multimarcas. A dupla por trás da Julls aposta em nomes como Fabi Malavazzi, Atelier Schiper e Dorion Soares, todos com assinatura e características tipicamente brasileiras.

Antes de embarcarem, Debora e Camilla bateram um papo conosco sobre a Julls e todo o modus operandi do negócio. Confira abaixo:

O que tem feito a cabeça dos americanos no campo da joalheira?
Apesar de serem essencialmente clássicos, os americanos estão cada vez mais abertos a joias com design, sem perder qualidade de gemas e acabamento.

Brinco de Eduarda Brunelli [foto: divulgação]

Qual é o grande apelo brasileiro?
Pedras coloridas com gemas brasileiras são a grande procura do mercado internacional nas nossas marcas.

O que diferencia as criações brasileiras em relação às peças elaboradas por outros nomes?

As marcas brasileiras são carregadas de cores e bossa. Encontramos outras marcas no mercado internacional assim também, porém todas as marcas brasileiras têm característica alegre.

O quão importante e como é considerada a questão ambiental pelas multimarcas no exterior?
Muito importante. Materiais em extinção ou de extração duvidosa não são aceitos nos mercados internacionais.

Anel de Ruth Grieco [foto: divulgação]

Como é feita a curadoria de nomes e criadores no Brasil? O que é levado em conta?
A curadoria da Julls é feita com base em design autoral, acabamento e qualidade dos materiais utilizados. Só apresentamos e representamos marcas que acreditamos no potencial para o mercado internacional.

O quanto a economia em baixa no Brasil e a alta do dólar favorece a exportação das peças?
O dólar em alta favorece a exportação temporária porém a economia instável desfavorece qualquer tipo de negócio sem previsão de equilíbrio.