“Acredito que sou sensível”, diz Ivan Moré

Com estilo próprio e vivência de repórter, jornalista ganha espaço e mira novos desafios após quase 20 anos de TV Globo

Quem acompanha a cobertura de esportes da TV Globo sabe o quanto Ivan Moré se transformou diante das câmeras. Antes reconhecido como repórter descontraído, quase íntimo dos atletas, o jornalista hoje parece ter chegado a outro patamar da vida e na profissão.

 

E não falamos isso só pelos fios grisalhos do seu cabelo.

 

Aos 41 anos, o âncora do Globo Esporte paulista hoje se apresenta ao público, diariamente, bem no horário de almoço, com um jeitão de pai inconfundível: brincalhão na hora certa, sério quando a matéria demanda mais credibilidade e humano – ou melhor, chorão – nos momentos de emoção do programa.

 

 

“Depois que me tornei pai, fiquei mais emotivo. Fui fazer terapia e apenas escutei: “Se é genuíno, não tenha vergonha de ser você. Libere a sua emoção”, revelou Ivan, pai de Mel e Lui, em entrevista ao site da Versatille. Assumindo-se como um homem sensível, ele falou de outras paixões que não envolvem o jornalismo, como as suas atividades nas horas vagas e o seu crescente gosto pela moda.

 

“Vendo como trabalham os figurinistas da globo, percebi que eu mesmo podia escolher o meu visual. Me sinto bem em poder escolher a roupa, sapato, ou até mesmo um acessório”, revelou. A maturidade no jeito de se portar em público e se vestir pode ser sinal de um possível novo passo na carreira de Ivan como comunicador.

 

“Pra mim, o importante é sempre se sentir produtivo onde quer que esteja. E tentar estar sempre fora da zona de conforto. A partir do momento que você se acostuma com os desafios diários deixa de ser criativo”, disse ele, sobre a possibilidade de trabalhar fora do esporte no futuro.

 

Confira o papo na íntegra.

 

Pouca gente sabe, mas você escolhe o próprio figurino no Globo Esporte. De onde surgiu o gosto pela moda?
Gosto de moda desde a adolescência. Vendo como trabalham os figurinistas da Globo, percebi que eu mesmo podia escolher o meu visual. Me sinto bem em poder escolher a roupa, sapato, ou até mesmo um acessório. Não sou de comprar muita roupa. Compro apenas peças básicas e algumas especificas para compor com outras peças. E adoro tênis.

 

E quem são as suas maiores referências de estilo?
Não tenho nenhuma referência específica. Mas tenho olho pra perceber quem se veste bem. E aí, no dia a dia, tudo o que vejo de descolado tento adaptar pra minha rotina.

 

 

Você é um apresentador que claramente se envolve com o que apresenta, permitindo-se até chorar após matérias do programa. Você se considera um homem sensível?
Sim, acredito que sou sensível. Eu tinha muita vergonha disso, de me emocionar. No começo, eu sofria. Algumas pessoas revelam as emoções por arrepios e eu, por lágrimas. É impressionante. Depois que me tornei pai, fiquei mais emotivo. Fui fazer terapia e apenas escutei: “Se é genuíno, não tenha vergonha de ser você. Libere a sua emoção”.

 

Você assumiu o comando do programa em 2015, com a responsabilidade de substituir Tiago Leifert, um apresentador que mudou o estilo do jornalístico. Sabemos que vocês têm em comum o jeito mais descontraído de liderar o programa, mas quais seriam as marcas da “fase Ivan Moré” do Globo Esporte?
O Fala Casão, as Caravanas do Globo Esporte, O Laboratório GE e as Caronas do GE. Além disso, em ocasiões especiais, sempre tentamos fazer o programa fora do estúdio. Desde que assumimos, fizemos mais de 30 programas fora. É uma maneira de se aproximar do público e trazer algo novo pro telespectador.

 

Muita gente ainda deve te chamar de repórter – até pelo fato de você ainda tocar reportagens. O que você mais gosta de fazer no jornalismo: ir para a rua ou apresentar?
Adoro apresentar o programa e ir para a rua de vez em quando. Saber que foi a “rua” que me trouxe pro estúdio e ter a oportunidade de sempre voltar a fazer pra reportagem em ocasiões especiais é maravilhoso. Nunca deixarei o lado repórter morrer. A rua ainda rende belas histórias e sempre farei questão de contá-las.

 

 

E, nas horas vagas, o que o Ivan Moré gosta de fazer? Com a rotina corrida do jornalismo, dá para curtir a vida?
Dá, sim. Aliás isso é algo que faço muito bem. Adoro fazer churrasco e curtir um dia rodeado de amigos. Ir pra praia, assistir séries e descobrir quais são as músicas tocadas no momento.

 

Para finalizar: você se vê trabalhando longe do esporte no futuro? Qual seria o seu sonho atual na profissão?
É algo difícil de responder. A vida de um comunicador é muito dinâmica e cheia de possibilidades. Meu sonho é continuar trabalhando na casa, aliás, ano que vem completo 20 anos de TV Globo. Pra mim, o importante é sempre se sentir produtivo onde quer que esteja. E tentar estar sempre fora da zona de conforto. A partir do momento que você se acostuma com os desafios diários deixa de ser criativo. E isso me levou a montar uma palestra com o tema “Desobediência produtiva”. É um conceito pra motivar pessoas a trabalharem de forma disruptiva, fora do convencional e alcançar resultados mais eficientes apenas ajustando a percepção do dia a dia.

 

Para quem pensa em ir para o Japão em busca de uma nova vida, também poderá procurar empregos aqui.