Gerações: vocês têm fome de quê?

Um dos maiores desafios das marcas de hoje é entender duas letras do alfabeto: a Y, que representa a geração Millenial, e a Z, usada para identificar os Centenialls. Estamos falando de pessoas que nasceram

Um dos maiores desafios das marcas de hoje é entender duas letras do alfabeto: a Y, que representa a geração Millenial, e a Z, usada para identificar os Centenialls. Estamos falando de pessoas que nasceram dos anos 1980 para cá e cresceram sob o jugo da internet e em meio ao vendaval de informações que ela trouxe.

 

Ao contrário da maior parte dos líderes do ambiente de negócios atual, elas não lembram dos anos de Guerra Fria, tampouco sabem que a programação da TV se encerrava após o Corujão. “Aliás, o que é Corujão?”, perguntariam. O fato é que o natural gap geracional, que sempre existiu, foi aprofundado pela avassaladora evolução tecnológica.

 

Atordoados diante do novo, os profissionais que trabalham com comunicação correram para tentar classificar esses jovens. Tudo já foi dito sobre eles. Que são mais impacientes. E são, mesmo. Que prezam pela qualidade de vida. Sim, prezam. Que querem empreender. Verdade, em muitos casos. Que só leêm conteúdos superficiais e, sabe-se lá, de onde vêm… Hum, pera lá.

 

A conectividade e a mobilidade realmente mudaram a nossa forma de interagir com o mundo, de buscar e receber informação. Uma recente pesquisa do Google mostra, por exemplo, que o aumento do consumo de vídeo online cresceu 90% nos últimos três anos. Sério, dez anos atrás, quem acharia que assistiríamos novelas e telejornais inteiros por telas tão pequenas como as dos smartphones?

 

Mudaram as plataformas e a produção de conteúdo se tornou mais democrática. Pode-se arriscar dizer que ficou mais fácil ser escritor, publisher, cineasta, fotó- grafo, jornalista. Basta ter um celular. Mas, por melhor que seja essa abertura — e ela é muito boa, mesmo —, há efeitos colaterais.

 

 

O fenômeno das fake news é suficiente para fazer o contraponto. Em um ambiente em que todos falam, quem o consumidor vai ouvir? Acredite: ele vai ouvir as marcas, os veículos e as pessoas em quem confia.

 

Volto aos números para endossar o que escrevo: uma recente pesquisa do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo da Universidade de Oxford mostra que as pessoas continuam a confiar na mídia na hora de se informar. E o Brasil é o segundo país onde essa confiança é mais alta: 60% dos brasileiros confiam nas notícias veiculadas pelas empresas de comunicação, segundo o levantamento.

 

Isso quer dizer que a curadoria dos títulos de comunicação nunca foi tão importante. Relevância é a palavra de ordem nesse ambiente de “information overload”. A reputação construída em anos de estrada ajuda tanto quanto a capacidade de reinvenção. E aqui cabe dar os parabéns à revista Versatille número 100, que chega ao 18o aniversário como referência em ambos os aspectos no segmento de lifestyle.

 

Desde o começo, ela captou a mensagem: bom gosto, qualidade e o componente humano ultrapassam o tempo e, sempre, vão atrair gerações. Sejam quais forem as letras que as identifiquem.

 

PENSATA por Hugo Rodrigues Presidente da Publicis | Matéria publicada na edição 100 da Revista Versatille

 

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