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BOURGOGNE-FRANCHE-COMTÉ, REGIÃO DE PAISAGENS ESTONTEANTES, RICA EM CULTURA E HISTÓRIAS, ONDE RÓTULOS PRESTIGIADOS DE VINHOS E A GASTRONOMIA SÃO A ALMA DO LUGAR Bourgogne-Franche-Comté tornou-se, com a junção das duas regiões, um destino imperdível na França. A porta

BOURGOGNE-FRANCHE-COMTÉ, REGIÃO DE PAISAGENS ESTONTEANTES, RICA EM CULTURA E HISTÓRIAS, ONDE RÓTULOS PRESTIGIADOS DE VINHOS E A GASTRONOMIA SÃO A ALMA DO LUGAR

 

Bourgogne-Franche-Comté tornou-se, com a junção das duas regiões, um destino imperdível na França. A porta de entrada para o parque de diversões dos  que amam comer e beber bem é a cidade de Dijon — famosa pela mostarda que pega emprestado seu nome e conhecida pela rica gastronomia. A 130 km de Paris, tendo como ponto de partida a estação Gare du Lyon e cerca de uma hora e meia de trem (TGV), Dijon é onde fica a rota dos vinhos da região, chamada, em português, de Borgonha-Franco-Condado, passando por Beaune até a região de Jura, já próximo à fronteira com a Suíça.

 

Com aproximadamente 150 mil habitantes, Dijon teve seu centro histórico incluído (em 2015) na lista de Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

 

Quem quiser conhecer os principais pontos turísticos da capital da Bourgogne-Franche-Comté, o mais indicado é seguir a chamada percurso da coruja, que cruza a parte medieval da cidade.

 

A cidade tem diversas construções góticas e renascentistas. Epicentro icônico de Dijon, a igreja Notre-Dame (do século 13), chama a atenção pela fachada gótica e os mais de 50 gárgulas. Aproveite a passagem e faça três pedidos ao acariciar a coruja entalhada no lado norte da capela, usada como amuleto da sorte.

 

O Palácio dos Duques abriga, hoje, a prefeitura e o Museu de Belas Artes. Ali, também, há uma torre que guarda a bela vista panorâmica da cidade, com subidas organizadas a cada 45 minutos.

 

Dijon é, sem dúvida, um reduto dos foodies. Em cada canto da cidade, infinitas boulangeries, pâtisseries, restaurantes e bistrôs, lojas de vinhos e casas especializadas em produtos e comidas típicas, que afirmam o que eles denominam a “Art de Vivre” francesa. A Moutarderie Edmond Fallot é parada obrigatória, com inúmeras variações de mostarda, que levam na receita desde cassis até trufas.

 

Falando em trufas, vale visitar La Boutique de la Truffe, no centro medieval. Além de conhecer mais sobre as iguarias produzidas na Borgonha, há boa seleção de produtos nacionais e italianos. Para uma experiência mais completa, Thierry e seu filho Yann, ambos especialistas em trufas, possuem uma “fazenda” de cultivo, onde acontecem workshops, degustações e caça guiada às trufas.

 

Entre uma parada e outra, experimente uma das especialidades de Dijon: o pain d’épices, espécie de pão de mel com especiarias, muito consumido com geleias e foie gras. As lojas La Rose de Vergy (rue de la Chouette) e a Mulot et Petit Jean (place Bossuet) são as mais tradicionais. Com construção inspirada nos grandes mercados centrais de Paris, telhados de vidro, que permitem a entrada de luz natural, o Les Halles abriga mais de 200 lojas com os melhores produtos nacionais.

 

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BEAUNE, A CAPITAL DOS VINHOS

Dijon é, indiscutivelmente, o polo gastronômico da Borgonha, deixando Beaune com o título, mais que merecido, de capital dos vinhos da região. São 38 vilarejos, entre Côte de Nuits, de onde saem as variações de tinto da Pinot Noir e Côte de Beaune, da Chardonnay, e se estende até Santenay — em um percurso de 60 km. Essa charmosa cidade medieval, que abriga vinhedos centenários, é o cenário ideal para explorar os prestigiosos grands crus e premiers produzidos por lá. As condições climáticas e os métodos tradicionais de produção proporcionam os terroirs inconfundíveis dos vinhos.

 

Após enfrentar diversas guerras, entre as quais a dos 100 anos, e as duas mundiais, a cidade foi reconstruída no século 19 e, hoje, mantém uma intensa programação de eventos culturais e enogastronômicos.

 

Em quase toda domaines (casas de vinhos) é possível fazer degustação dos rótulos. A Bouchard Ainé & Fils, além da degustação tradicional, oferece, também, uma harmonizada com chocolates, em uma cave que provoca os cinco sentidos.

 

Em uma bela construção medieval, o Hospices de Beaune é um monumento histórico da cidade. A instituição foi fundada, em 1443, pelo chanceler Nicolas Rolin, juntamente com a esposa, Guigone des Salins, no intuito de atender os enfermos necessitados que sofriam com a peste na Europa. Desde 1985, funciona como museu e guarda a memória da cidade ao replicar as dependências do hospital, instrumentos médicos e as obras de arte da época.

 

Apesar de pequena, Beaune oferece uma variedade de programas para todos os gostos e idades. Visitas culturais, passeio de bicicleta ou balão, cursos de enologia, gastronomia e muito mais.

 

O Grand Hotel La Cloche fica no coração do centro histórico de Dijon e a poucos passos das principais ruas comerciais da cidade. Apesar de estar instalado em uma construção histórica, dispõe de 88 quartos, incluindo cinco suítes e apartamentos recém-reformados com decoração contemporânea. Em Beaune, o hotel Le Cep estál localizado bem próximo ao centro, a poucos passos do Hospices de Beaune e da Basílica de Notre-Dame. A construção do século 15, que faz parte do Small Luxury Hotels of the World, possui 65 quartos, sendo 29 suítes com decorações distintas. Aproveite a estadia e faça uma refeição no estrelado restaurante Loiseau de Vignes, do famoso chef Bernard Loiseau, que, hoje, é comandado por Mourad Haddouche.

 

ESPECIAL TURISMO por Pamela Carvalho de Bourgogne-Franche-Comté, França | Matéria publicada na edição 98 da Revista Versatille

 

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