7 perguntas para o designer Jader Almeida

No quadro Persona Versatille, o profissional nascido em Videira, Santa Catarina, compartilha sua visão de mundo

Foto: Divulgação

Um dos grandes nomes do design brasileiro, Jader Almeida possui uma trajetória de mais duas décadas, o que o fez acumular grandes feitos no setor. Ao longo da carreira, coleciona cerca de 120 reconhecimentos em prêmios nacionais e internacionais e mais de 1.200 produtos lançados. Embora diferentes, guiados pela inventividade de Almeida no momento de criação, todas as suas peças possuem uma essência intrínseca baseada na elegância, além de serem atemporais.   

 

Inspirado pelo modernismo brasileiro, o designer nascido em Videira, Santa Catarina, busca criar objetos que capturam, em suas formas, uma combinação equilibrada entre leveza e robustez. Para quem conhece o seu trabalho e acompanha o universo do design, não é tão difícil perceber suas características impressas em cada criação.  

 

Por trás do autor e de suas obras, no entanto, há o Jader na esfera pessoal – com inspirações, gostos, aprendizados e sonhos que nem todos conhecem. Confira, na sequência, sete perguntas a Jader Almeida.

 

Versatille: O que é felicidade para você? 

Jader Almeida: A felicidade, para mim, é um equilíbrio delicado e não constante. Pode variar de um dia para o outro – e, muitas vezes, encontramos satisfação ao completar tarefas que não são necessariamente prazerosas. A felicidade, na realidade, pode ser a soma de momentos de satisfação e prazer, influenciada pelo nosso estado de ânimo. Ou simplesmente uma caneca de café ou uma taça de vinho. 

 

V: Qual foi o seu maior aprendizado de vida até o momento? 

JA: Meu maior aprendizado até agora foi entender que o tempo e a maturidade são nossos aliados. 

 

V: Qual você diria que é o melhor filme a que já assistiu? 

JA: Quanto ao melhor filme, é difícil escolher um. Os filmes de Almodóvar foram reveladores para mim, e os momentos de vida influenciam quais filmes são marcantes. Atualmente, gosto de coisas diversas: de Tarantino a séries de televisão.  

 

V: Qual o papel do design na sua vida? 

JA: O design, para mim, é tanto arte quanto ciência. É arte por ser uma forma poderosa de expressão e ciência por envolver inúmeros fatores técnicos, desde a matéria-prima até a tecnologia de fabricação, independentemente do nível tecnológico. Envolve também pessoas e comportamentos de consumo. O design é um campo vasto, muitas vezes reduzido erroneamente apenas à estética de um objeto. Viver como designer significa observar e questionar constantemente a vida através de um olhar crítico. 

 

V: Se você não fosse designer, qual profissão escolheria? 

JA: Seria fotógrafo. 

 

V: O que inspira você no dia a dia? 

JA: A inspiração surge de uma combinação de fatores variados, não necessariamente predefinidos ou sequenciais. Por isso, é difícil descrevê-la de forma óbvia. Para mim, ela chega por meio de pesquisa, reflexão, leitura, observação… Isso não é para romantizar ou criar estereótipos, mas para tentar definir. O que me inspira são as coisas que me interessam e influenciam, especialmente as que me emocionam. As fontes são inúmeras e podem ser encontradas em qualquer lugar ou momento – da natureza à arquitetura. Como disse Picasso: ‘‘A inspiração existe, mas ela precisa encontrar você trabalhando’’. Portanto, para mim, é o cotidiano que inspira, e o que fazemos com essas inspirações é a verdadeira questão. 

 

V: Se pudesse, passaria qual mensagem para o Jader de alguns anos atrás? 

JA: Arrisque-se mais. 

 

Por Beatriz Calais | Matéria publicada na edição 135 da Versatille

Para quem pensa em ir para o Japão em busca de uma nova vida, também poderá procurar empregos aqui.