6 curiosidades sobre a estatueta Yanomami entregue aos vencedores do Oscar
Como parte de uma campanha contra extração ilegal de ouro, vinte indicados do Oscar 2023 receberam a estatueta da divindade Omama
A noite de ontem (12) foi marcada pela cerimônia de entrega da maior premiação do cinema, o Oscar. A 95° edição aconteceu no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, e foi repleta de momentos emocionantes. A vitória de Ke Huy Quan como melhor ator coadjuvante e de Brendan Fraser como melhor ator, por exemplo, tirou algumas lágrimas de convidados e espectadores, o que fez com que a festividade fosse muito comentada nas redes.
O Oscar, em si, já é um evento que mobiliza o mundo do cinema e, consequentemente, recebe muita audiência. Foi pensando nisso que a agência DM9, em parceria com a Urihi Associação Yanomami, decidiu promover uma ação especial e aproveitar a projeção do evento. A partir da entrega de uma estatueta de madeira da divindade Yanomami Omama para alguns indicados ao Oscar 2023, a iniciativa fez uma campanha contra extração ilegal de ouro e relatou para o mundo o caos sanitário vivido pelos indígenas dentro do território brasileiro.
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Chamada de “The Cost Of Gold” — O Preço do Ouro, em tradução livre para o português —-, a campanha buscou conscientizar as estrelas de Hollywood sobre o uso de suas influências e sobre os danos que a extração ilegal de ouro pode causar na natureza e na vida dos povos originários. Ao lado da tão cobiçada estatueta de ouro do Oscar, uma mensagem sobre uma sociedade mais consciente e responsável pelas consequências de seus atos.
“As pessoas que vão ao Oscar têm o poder de mudar a cultura popular de todo o planeta. Abandonar o ouro é uma mudança que tem que começar por quem molda a cultura popular. mudar Por isso, estamos pedindo o apoio deles, para que o ouro ilegal vire um tema global, porque é sim uma tragédia global que até agora não recebeu a atenção necessária”, explicou Júnior Hekurari Yanomami, líder da Urihi Associação Yanomami e atuante na ação.
Confira, a seguir, seis curiosidades sobre a campanha:
1 – A estatueta de madeira representa a divindade Omama, que, para os Yanomami, é a grande figura responsável pela criação do ser humano, da floresta e dos animais. Sua presença significa proteção de todos os males.
2 – A ação foi representada por Júnior Hekurari Yanomami, líder da Urihi Associação Yanomami e conhecido pelos esforços de disseminar o caos vivido pelos Yanomami em pleno território nacional.
3 – Além da entrega da estatueta para alguns artistas, a campanha de conscientização ainda inclui um pequeno filme mostrando os malefícios da extração de ouro — visto que, para extrair o mineral, é usado o mercúrio, um metal altamente tóxico ao ser humano e ao meio ambiente. Júnior Hekurari Yanomami aparece em alguns momentos do vídeo e está por trás da voz que narra a produção.
4 – Além dos grandes premiados da noite receberem a estatueta, outros 20 atores indicados ao Oscar de 2023 receberam pelas redes sociais o vídeo da campanha. Os destinatários da iniciativa foram Austin Butler, Bill Nighy, Brendan Fraser, Colin Farrell e Paul Mescal, que concorreram a melhor ator; Ana de Armas, Andrea Riseborough, Cate Blanchett, Michelle Williams e Michelle Yeoh, que disputaram o prêmio de melhor atriz; Barry Keoghan, Brian Tyree Henry, Brendan Gleeson, Judd Hirsch, Ke Huy Quan, indicados a melhor ator coadjuvante; e Angela Bassett, Hong Chau, Jamie Lee Curtis, Kerry Condon e Stephanie Hsu; candidatas a melhor atriz coadjuvante.
5 – A campanha também conduz os artistas e o público a uma calculadora digital capaz de revelar o impacto negativo de cada grama de ouro ilegal para a Floresta Amazônica e o povo Yanomami. Essa calculadora pode ser encontrada no seguinte site: https://calculadora.conservation-strategy.org/#/
6 – O povo Yanomami vive uma crise humanitária devido ao avanço do garimpo ilegal, principalmente por conta da busca por ouro em seu território. A ação causa desmatamento da floresta, contaminação de rios e peixes pelo mercúrio e impacto direto na qualidade de vida da população indígena. Mesmo com esse cenário, foi constatado que em 2021 54% do ouro comercializado no Brasil tinha indícios de ilegalidade em sua origem. Com a campanha, o objetivo é informar sobre o que está acontecendo no Brasil e tentar o rumo do garimpo ilegal no país.
Por Redação