3 filmes brasileiros elegíveis ao Oscar 2021
“Babenco”, “Bacurau” e “Umbrella” disputam indicações em diferentes categorias
Com a aproximação da 93ª Cerimônia do Oscar as discussões sobre o formato do evento em meio ao contexto pandêmico e os filmes que disputarão os concorridos títulos estão bem acaloradas. Após ser adiado quatro vezes, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas definiu que o evento acontecerá no dia 25 de abril no Dolby Theater, em Los Angeles.
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O formato, todavia, permanece incerto. “Estamos em um território novo em 2021 e continuaremos a trabalhar com nossos parceiros da Academia para assegurar uma edição de celebração segura”, disse Karey Burke, presidente de entretenimento da rede de TV ABC e responsável pela transmissão do Oscar, no último comunicado oficial sobre o assunto.
Já que a data da cerimônia foi alterada, a Academia também considerou necessário alterar algumas regras da premiação. Uma das mais impactantes trata do período de elegibilidade dos filmes que disputarão as indicações – o prazo foi estendido até 28 de fevereiro de 2021.
Outro critério revisado foi a transmissão das produções em espaço físico. Antes, qualquer filme deveria obrigatoriamente ter sido exibido comercialmente numa sala de cinema em Los Angeles. Neste ano, serão permitidos os longas que estrearam em outras plataformas, como as de streaming.
As mudanças definidas pela Academia para a edição de 2021 também acarretaram a postergação do anúncio dos indicados ao Oscar 2021, o qual será feito somente no dia 15 de março. Entre a acirrada concorrência de filmes elegíveis à premiação mais marcante do cinema, três produções brasileiras já podem ser citadas.
Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou
O documentário produzido por Bárbara Paz foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para ser o nosso representante na categoria de Melhor Filme Internacional. Essa é a primeira produção nacional do gênero a receber esse título e o terceiro longa dirigido por uma mulher a ser selecionado.
Segundo a lista divulgada no dia 28 de janeiro pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, ele também poderá concorrer a estatueta na categoria de melhor documentário.
Na produção, a atriz e última companheira de Hector Babenco, Bárbara Paz, documenta os dias finais do cineasta, o qual viveu e morreu realizando o que dava sentido a sua vida. A produção é repleta de relatos marcantes e afetivos sobre as suas memórias, amores, reflexões, intelectualidade e a frágil condição de saúde de Babenco.
Bacurau
O longa de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que ficou de fora do Oscar 2020 por perder a indicação para “A vida Invisível”, foi selecionado pela Academia Brasileira de Cinema para concorrer neste ano. “Bacurau” está elegível para todas as categorias de filmes de ficção, com exceção de Melhor Filme Internacional, já que não foi indicado pela agência brasileira.
Embora tenha sido lançado no Brasil em 2019, o longa estreou no circuito comercial dos EUA no início de 2020, antes da pandemia do Coronavírus. De acordo com as novas alterações feitas pela Academia para a edição de 2021, estão elegíveis as produções estrangeiras que ficaram em cartaz em Los Angeles por, pelo menos, uma semana no ano passado.
Eleito pelo New York Times e o The Guardian como um dos melhores filmes de 2020, “Bacurau” traz entretenimento e uma profunda reflexão. O drama ficcional é ambientado em um pequeno povoado do sertão brasileiro que dá nome ao filme, onde os moradores precisam identificar um inimigo e criar coletivamente um meio de defesa quando carros são baleados e cadáveres começam a aparecer.
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Umbrella
Embora o título seja uma palavra da língua inglesa, “Umbrella” é o representante brasileiro na disputa pelo Oscar de Melhor Curta de Animação.
Um dos critérios que permite a disputa nas indicações ao Oscar pelos curtas-metragens animados é a participação em festivais de cinema indicados pela Academia como qualificáveis. Umbrella estreou no famoso Festival de Cinema de Tribecca, em Nova York e esteve na seleção oficial de 19 eventos da lista.
Dirigido por Helena Hilário e Mário Pace e inspirado em uma história vivida pela irmã da diretora, o filme conta a história de um garoto que vive em um orfanato e sonha com um guarda chuva amarelo. Após a chegada de uma caixa de brinquedos trazida por uma família, o protagonista começa a descobrir o seu passado.